Portugal deve acertar rapidamente as contas públicas, se necessário inclusive com novos aumentos de impostos, para restaurar a confiança dos investidores, destacou a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
"O desafio imediato é restaurar a confiança dos investidores endireitando rapidamente as finanças públicas", afirma um relatório da OCDE publicado em Lisboa.
O alerta foi feito depois que as taxas de juros dos empréstimos estatais portugueses alcançaram na semana passada níveis recordes, despertando inquietação sobre a capacidade de financiamento de Portugal, cuja dívida pode chegar este ano a 86% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representaria mais de 142 bilhões de euros.
"A alta das taxas da dívida soberana, se prosseguir, pode colocar en risco a recuperação econômica", adverte a OCDE, para a qual no caso de retorno das tensões sobre os mercados, o país deve prever "medidas de rigor orçamentário adicionais".
Para a OCDE, o governo deve estar disposto a aumentar mais os impostos, concentrando-se naqueles que prejudiquem menos o crescimento, como as taxas sobre o consumo (IVA) e a propriedade.
A organização também sugere a prorrogação até 2013 do congelamento salarial dos funcionários públicos adotado em 2010.