Santos (SP) ; O ministro dos Portos, Pedro Britto, defendeu hoje (22) a concorrência para melhorar a eficiência no setor. "A concorrência entre os portos é salutar. Hoje, Santos tem o maior porto da América Latina, mas eu acho que falta competição entre portos para que ele seja também o melhor, para que sinta um incômodo positivo. Talvez, quem sabe, este seja nosso próximo desafio: criar um competidor para o porto de Santos para torná-lo ainda melhor", disse o ministro ao participar da 5; edição do Fórum Brasil Camex, em Santos (SP).
À Agência Brasil, Britto confirmou a intenção do governo federal de "promover a concorrência", mas disse que ainda não há definição sobre qual porto poderia vir a ser escolhido para receber a atenção do Ministério dos Portos. "Existe um plano de promover esta concorrência, mas ainda não sabemos exatamente como fazer isso e nem qual seria o porto escolhido".
Embora concorde com os ganhos decorrentes da competição, o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB), não deixou de ironizar o que classificou como uma provocação saudável. "Concordo com o ministro, mas temos que levar em consideração a excelência alcançada pelo Porto de Santos. Neste momento, criar um concorrente ao nosso porto é tão inviável quanto encontrar um jogador à altura do Pelé".
Ao anunciar que a movimentação de cargas no Porto de Santos durante o mês de agosto deste ano bateu um novo recorde, ultrapassando, pela primeira vez na história, a marca de 9 milhões de toneladas, Britto afirmou que as filas de caminhões e de navios no começo do mês não foi causada por problemas estruturais do porto, mas sim por falhas de logística, causadas principalmente por "deficiências e precariedades nas vias de acesso ao Porto".
"Os menos avisados tentam atribuir as filas de navios e de caminhões a deficiências do porto e está claro que não são", declarou o ministro, reforçando que o grande gargalo é o acesso ao porto. "O atendimento ferroviário e rodoviário está abaixo das necessidades do porto e, portanto, nosso grande desafio é resolver o problema da acessibilidade ao porto", comentou Britto, garantindo que até o final deste ano será concluído o Plano de Acessibilidade. "Temos que explorar todo o potencial hidroviário existente na Baixada Santista, criando zonas de apoio logístico que desafoguem o porto em relação aos caminhões que chegam diariamente".