Jornal Correio Braziliense

Economia

EUA: Fed mantém taxa básica e se declara pronto para agir

O Federal Reserve (Fed) americano decidiu manter sua taxa básica de juros perto de zero, enquanto se declarou pronto para tomar novas medidas de reativação monetária "caso seja necessário" para sustentar a recuperação e um retorno da inflação a um nível aceitável.

"O ritmo da recuperação do crescimento e do emprego desacelerou-se nos últimos meses", constatou o banco central em um comunicado, enquanto advertiu que o ritmo do crescimento poderá ser "modesto no curto prazo".

O Fed manteve suas taxas de juros em níveis extremamente baixos como parte de seu esforço contínuo para impulsionar a recuperação, mas descartou um novo - e controverso - plano de incentivos.

Apesar disso, a autoridade monetária declarou-se disposta a implantar outras medidas caso seja necessário.

"O Comitê continuará monitorando as perspectivas econômicas e a evolução financeira e está preparado para adotar medidas adicionais se for necessário para sustentar a recuperação econômica".

Os membros do Comitê de Política Monetária (Fomc) do Fed reuniram-se pela última vez antes das eleições legislativas de novembro, com um prognóstico econômico diferente desde sua última reunião, de apocalíptico a vagamente promissor.

Depois da reunião do Fomc realizada em agosto, um grupo de economistas declarou que os Estados Unidos saíram da recessão em junho de 2009, e uma série de indicadores sugerem um prognóstico moderadamente melhorado.

Mas alguns membros do Fed parecem discordar sobre quando será necessário aplicar mais medidas anti-crise e sobre o efeito que teriam.

O representante do braço regional do Fed no Kansas, Thomas Hoenig, votou contra a resolução, argumentando que a manutenção da taxa básica extremamente baixa criaria desequilíbrios com o tempo.

Koening estima que se comprometendo a manter taxas "excepcionalmente baixas" durante muito tempo, o Fed poderá atingir "a estabilidade do crescimento no longo prazo". Ele se opõe também ao reinvestimento dos títulos imobiliários em títulos do Tesouro, como foi decidido em agosto, considerando essa medida sem fundamento.

Como muitos economistas, Ian Shepherson, do gabinete HFE, estimava antes da reunião que o Fed no médio prazo não terá outra alternativa a não ser adotar novas medidas de reativação monetária.

"Provas indiscutíveis de uma recaída da economia" teriam dado ao (presidente do Fed, Ben) Bernanke, as ;munições; necessárias para convencer os membros do Fomc que estão contra elas", afirmou. "Mas isso não ocorreu."