Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasil precisa ampliar inclusão bancária, diz professor da FGV

Brasília - A inclusão financeira das classes C, D e E ainda precisa ser expandida, apesar do crescimento de correspondentes bancários no país, na avaliação do professor Eduardo Henrique Diniz, especialista em tecnologia bancária da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para Diniz, a população precisa ter maior acesso a serviços formais de transferência de dinheiro, pagamento de contas, poupança, contas simplificadas, seguros e microcrédito. ;É preciso desenvolver serviços adequados. Os grandes bancos continuam ofertando serviços que oferecem em qualquer lugar. A população é outra e as demandas são outras. É um aprendizado que os bancos estão tendo com a população de baixa renda.;

O professor da FGV acrescenta que a regulamentação dos correspondentes bancários precisa ser ampliada. Um dos problemas apontados por Diniz é que funcionários de correspondentes muitas vezes entram na Justiça para serem reconhecidos como bancários, já que oferecem serviços de bancos e, com isso, terem jornada de seis horas e piso da categoria. ;É preciso aperfeiçoar a legislação para definir o que pode e o que não pode;, afirmou.

Na avaliação de Diniz, também é preciso regular o uso de novas tecnologias, como do celular para movimentação financeira.Outra regulamentação necessária para o professor é a de nível de segurança de correspondentes, onde há fluxo de dinheiro.

Apesar dessa necessidade de ampliação e adequação dos serviços, Diniz afirma os correspondentes bancários têm contribuído para o desenvolvimento de determinadas localidades do país. Em comunidades isoladas onde foram instalados correspondentes bancários, assinada o professor da FVG, os beneficiários do Bolsa Família e os aposentados ajudam a movimentar a economia local, ao fazem saques e gastos na região. ;A renda circula na comunidade;, afirma Diniz, que fez estudos sobre inclusão bancária.