Washington - A economia dos Estados Unidos continua crescendo, mas há uma "profusão" de sinais de desaceleração da atividade no país, afirma o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), publicado nesta quarta-feira (8/9).
"O crescimento da atividade econômica continuou de meados de julho ao início de agosto, mas há uma profusão de sinais de uma desaceleração em relação a períodos anteriores", indica o relatório de conjuntura publicado pelo banco central a cada seis semanas, aproximadamente.
"Em média", os gastos dos lares aumentaram, informa o documento, mas os consumidores, prudentes diante da conjuntura, limitaram os gastos, com exceção dos produtos indispensáveis, enquanto os relacionados ao turismo recuperaram-se, inclusive levando em conta fatores sazonais.
O setor industrial, que lidera a recuperação econômica do país iniciada no verão do Hemisfério Norte de 2009, continuou progredindo, mas "o ritmo de crescimento desacelerou-se" em várias regiões, completa o relatório, que deve servir de base à próxima reunião de política monetária do Fed, em 21 de setembro.
Um bom indicador do conjunto da atividade econômica, o empréstimo bancário "manteve-se estável ou em leve baixa", destacam os serviços do banco central, completando que "as empresas mantém-se mais prudentes no que se refere aos planos de desenvolvimento".
Menos de uma semana depois da publicação das cifras oficiais sobre o emprego no mês de agosto (que registrou um aumento do desemprego para 9,6%), o estudo do Fed destaca que "os contratos permanentes foram prejudicados porque os empregadores recorreram a trabalhadores temporários ou com contratos de determinada duração".
O quadro que o Livro Bege pinta sobre a economia americana corrobora com a desaceleração do crescimento econômico que foi ilustrada nos diversos indicadores publicados recentemente.
Segundo as últimas cifras oficiais do PIB, o crescimento da primeira economia mundial caiu 3,9% em ritmo anual no primeiro trimestre, para 1,6%, e no segundo a uma cifra muito inferior a seu potencial, que o Fed calcula entre 2,5% e 2,8% por ano.