Brasília - O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, afirmou nesta quarta-feira (1;/9) que mais 500 médicos poderão ser contratados para trabalhar no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), depois que o Senado Federal aprovar o projeto que prevê a autorização. Ele espera que a proposta entre logo na pauta de votações. De acordo com Gabas, o assunto já foi discutido com a liderança do governo na Casa. Essas contratações se somariam a 500 feitas neste ano, segundo o ministro.
Gabas participou do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços. Ao falar sobre a greve dos médicos peritos do INSS, o ministro disse que "o ideal seria que eles voltassem logo ao trabalho, para colocar em dia os agendamentos de perícias médicas atrasadas", que chegam a 400 mil, por causa da paralisação iniciada no dia 22 de junho.
"Eles já estão acostumados ao trabalho e os que forem admitidos como terceirizados, em atendimento à determinação da Justiça, terão que passar por uma ligeira fase de adaptação". Mas, para atender à demanda dos segurados, segundo Gabas, "não haverá alternativa senão chamar terceirizados para colocar o atendimento em dia, o que levará cerca de 30 dias".
De acordo com ele, o Ministério da Previdência Social já fez ;modificações consideráveis; na carreira do médico perito, que antes era terceirizada. ;Foi feito concurso público e a Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS [ANMP] exigiu a fixação de jornada opcional de 40 horas, carga horária que nunca foi defendida pelo INSS."
;Defendíamos no máximo 30 horas semanais pois o ideal seria uma carga de 20 horas, com a qual eles não concordaram. O salário na ocasião era de R$ 2 mil e agora vai até R$ 14 mil. Então, eles começaram a reivindicar redução da jornada, o que não pode ser aceito", acrescentou o ministro.
Gabas disse que discutiu o assunto com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e ouviu que, para que os médicos peritos do INSS pudessem trabalhar menos e receber por uma carga de trabalho de 40 horas, o benefício teria que ser estendido a cerca de 1 milhão de servidores públicos de outras categorias, que reivindicariam igualdade.
Na segunda-feira passada (30), foi realizada reunião para discutir a greve, na sede do INSS em São Paulo, com a participação de representante da ANMP e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), mas não houve avanço nas negociações.