Jornal Correio Braziliense

Economia

Inquietação sobre demanda faz petróleo cair em Londres e Nova Iorque

Nova Iorque - Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira (31/8) em Londres e Nova Iorque, onde o barril de referência ficou abaixo dos US$ 72, diante dos temores dos investidores em relação aos desequilíbrios entre demanda anêmica e oferta abundante em um ambiente de retração econômica.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em outubro fechou em US$ 71,92, em queda de US$ 2,78 em relação a ontem.

No InterContinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento caiu US$ 1,96, para US$ 74,64.

"Os fundamentos do mercado desagradam cada vez mais, e os operadores aceitam a queda dos preços", constatou Mike Fitzpatrick, da MF Global. "Estoques altos, demanda limitada, clima econômico degradado: o coquetel pesa cada vez mais sobre o mercado, que retrocedia rapidamente depois das três sessões de ganhos da semana passada", completou. Em dois dias, o barril caiu US$ 3,25, afetado por dados econômicos decepcionantes há várias semanas, e perdeu quase 9% do valor de agosto.

Algumas notícias positivas no front econômico desta terça-feira não foram suficientes para apagar os temores dos investidores, como a alta maior que o previsto dos preços das moradias em junho, um sinal positivo no mercado imobiliário em crise, ou a melhora inesperada da confiança dos consumidores americanos em agosto, medida pelo instituto Conference Board.

Por outro lado, o avanço da atividade econômica na região de Chicago desacelerou em agosto, segundo o índice dos gerentes de compras da associação ISM.

Na segunda-feira, o Departamento de Energia americano "baixou as previsões para a demanda de petróleo nos Estados Unidos em junho, em 48 mil barris diários, para 19,291 milhões", disseram analistas do Commerzbank.

Trata-se de um nível "inferior ao registrado antes da queda da demanda em 2008", informaram, apesar de a cifra ser a mais elevada desde outubro de 2008.

Em relação à oferta, as reservas mantiveram-se nos níveis mais altos desde a década de 1980.

Segundo analistas questionados pela agência Dow Jones Newswires, o relatório semanal do Departamento de Energia deve registrar amanhã uma alta dos estoques de petróleo de 800 mil barris.