A Previdência Social não ficou fora da onda de más notícias na área fiscal, todas divulgadas ontem pelo governo. De janeiro a julho deste ano, o rombo nos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alcançou R$ 25,4 bilhões, registrando queda de apenas 1,6% ante igual período de 2009, apesar de a arrecadação com as contribuições previdenciárias ter aumentado 10,4% na mesma comparação.
Seguindo a cartilha do governo, o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, minimizou os números ruins. Ele assegurou que, com o forte crescimento da economia e a formalização expressiva de postos de trabalho, a arrecadação tenderá a se expandir de forma consistente, inclusive para cobrir o reajuste maior do que o previsto ; de 6,14% para 7,72% ; das aposentadorias e pensões acima do salário mínimo.
A expectativa do ministro é de que as contas da Previdência encerrem o ano com saldo negativo de R$ 45,6 bilhões. ;Mas existem projeções apontando tendência de queda. Podemos inferir que a necessidade de financiamento (do INSS) neste ano chegue mais para perto dos R$ 43 bilhões;, afirmou. Para ele, nem mesmo o aumento de 7,72% nos benefícios além do mínimo afetará a possível redução do deficit. ;O crescimento econômico e a formalização do mercado de trabalho serão capazes de absorver esse custo maior;, assegurou.
Desalento
Em julho, especificamente, a Previdência computou um buraco de R$ 2,6 bilhões em suas contas, saldo 7,6% menor do que o rombo de junho (R$ 2,7 bilhões). As receitas somaram R$ 16,8 bilhões e os gastos, R$ 19,4 bilhões. O deficit foi puxado, principalmente, pelos auxílios-doença, que, somente no mês passado, deram um salto de 3,2% frente a junho, exigindo desembolso de R$ 1,1 bilhão.
Junto com os péssimos resultados do INSS, Gabas deu uma notícia desalentadora para os que precisam recorrer à Previdência. Diante do corte de orçamento de R$ 900 milhões neste ano, em vez de 720 postos, será reformada e aberta apenas a metade do previsto.