Jornal Correio Braziliense

Economia

Inadimplência do agronegócio cai e BB amplia operações no mercado futuro

O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, disse nesta terça-feira (24/8) que a inadimplência nas operações de crédito rural está caindo e já alcançou o nível histórico de 2% verificado antes da crise que o setor enfrentou entre as safras 2004/2005 e 2005/2006. ;Dos R$ 70 bilhões que temos aplicados no setor, a inadimplência no fim de junho deste ano foi de 2,3%, enquanto em dezembro passado era de 3,3% e, em setembro, de 3,8%. Isso representa uma clara redução da inadimplência;.

Segundo Vaz, dos R$ 70 bilhões que o banco tem aplicados no setor, apenas R$ 10 bilhões foram contratados antes de 2007, quando a agropecuária brasileira iniciou a recuperação, ou foram prorrogados por dificuldades de pagamento por parte dos produtores. ;Se pegarmos só os R$ 60 bilhões, a inadimplência era de 1,8% no fim de junho deste ano, de 2% em dezembro (2009) e de 2,2% em setembro;.

A grave crise que atingiu o setor antes de 2007 se deu, em boa parte, devido ao câmbio. Os agricultores plantaram a safra 2004/05 com alto custo atrelado ao dólar (cotado na época em R$ 3,10) enquanto a comercialização se deu com preços em baixa e câmbio desfavorável (dólar cotado em R$ 2,60). Na safra 2005/06, o problema se repetiu, com o dólar a R$ 2,50 no momento do plantio e entre R$ 2,06 e R$ 2,20 na hora da venda.

Para reduzir cada vez mais a inadimplência, o banco está investindo em mecanismos de proteção para o produtor. Além do seguro contra problemas climáticos, o Banco do Brasil deve ampliar a atuação em operações de mercado futuro, nas quais os agricultores pagam uma taxa para garantir a comercialização da safra a um preço pré-determinado.