Madri ; A Espanha reduzirá em 500 milhões de euros os cortes de gastos em obras públicas planejados para o ano que vem e pretende financiar a mudança por meio de custos de financiamento menores, disse a ministra da Economia, Elena Salgado.
O governo espanhol havia anunciado cortes de 6,4 bilhões de euros nos gastos com infraestrutura, parte das medidas de austeridade para diminuir o deficit para 3% do Produto Interno Bruto (PIB), limite imposto pela União Europeia, até 2013. No ano passado, o deficit no orçamento do país foi de 11,2%.
O governo ainda tem seis semanas para publicar o orçamento de 2011 e a ministra reafirmou que a Espanha continua comprometida a reduzir o deficit para 6% do PIB até o próximo ano.
Os custos de financiamento da Espanha dispararam em maio e junho, com a preocupação dos investidores de que o país acompanhasse a crise de dívida da Grécia. O risco do país, medido pelo sobrepreço (spread) dos bônus espanhóis em relação aos bônus referenciais alemães, chegou a mais de 200 pontos-básicos.
Mas o spread caiu abaixo de 160 pontos-básicos depois que o governo anunciou enormes cortes de gastos e refomas trabalhistas para criar emprego. Elena Salgado disse que o teto para os gastos estatais no orçamento do ano que vem é de 122,256 bilhões de euros, 7,7% a menos do que em 2010.
Classificação
Na terça-feira, a agência de classificação de risco Moody`s afirmou ainda ter dúvidas sobre as perspectivas para as finanças públicas da Espanha, a ponto de manter o rating ;Aaa; do país em revisão, apesar dos esforços de austeridade do governo.
A Espanha anunciou medidas de austeridade no montante de cerca de 65 bilhões de euros, incluindo reformas impopulares no mercado de trabalho. Para o analista de crédito soberano da Moody;s Alexander Kockerbeck, o governo espanhol tem mostrado um grande compromisso em tentar resolver seus desafios fiscais, mas os custos de financiamento da dívida correm o risco de crescer a níveis que podem pôr em perigo a nota.