A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) vai mediar a negociação entre os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o governo, em busca de uma solução para pôr fim à greve da categoria, que dura quase dois meses. Em entrevista após reunião com o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, o presidente da entidade, Cid Carvalhaes, afirmou que os médicos "não são mercenários e trabalham em função do atendimento ao público", mas "dentro de condições que julgam adequadas".
O ministro disse que é bem aceita a participação da Fenam nos entendimentos. Segundo ele, a Associação Nacional dos Médicos Peritos "foi até agora intransigente para chegar a um acordo". Gabas afirmou que os profissionais pretendiam ganhar o dobro pela carga horária. ;Isso o governo não pode aceitar".
A proposta que a Fenam vai levar para os médicos peritos envolve um conjunto de medidas ligadas à segurança do trabalho e à progressão dentro da carreira, como já vinha sendo discutido.
Para o ministro, a carga horária da categoria deve ter uma limitação. Ele acredita que, com a intervenção da Fenam, é possível chegar a um consenso com os médicos em greve e que nos próximos dias haverá uma solução.
O presidente da Fenam afirmou que o atendimento está sendo feito de acordo com a legislação, ou seja, com um mínimo de 50% dos médicos trabalhando. Segundo ele, depois de resolvida a questão da greve, poderão ser criados turnos extras para atender o público que aguarda atendimento ; de 300 mil a 400 mil pessoas que estão de licença médica afastadas do trabalho.
A Agência Brasil entrou em contato com a Associação Nacional dos Médicos Peritos e aguarda um posicionamento da entidade sobre o assunto.