Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo cai em Londres e NY, afetado por mercados de ações

Os preços do petróleo caíram hoje (11/8) em Nova Iorque e Londres, diante dos temores dos investidores sobre a desaceleração cada vez mais evidente da reativação da economia mundial.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em setembro fechou em US$ 78,02, em queda de US$ 2,23 em relação à ontem.

No InterContinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu US$ 1,96, a US$ 77,64.

"Todos os mercados estão em baixa", constatou Tom Bentz, do BNP Paribas, depois que as praças europeias fecharam com fortes perdas e constatando que Wall Street mantém a mesma tendência pouco antes do fechamento.

"Há algum tempo os fundamentos não parecem bons, portanto, quando há más notícias no front econômico, não é preciso muito para o mercado cair", disse.

Os investidores foram vencidos pelo pessimismo no dia seguinte ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciar oficialmente que o ritmo da recuperação está desacelerando.

"O panorama da economia traçado pelo Fed é negativo para as perspectivas da demanda de petróleo", considerou John Kilduff, da Again Capital. "A alta dos preços acima dos US$ 81 o barril precisava de indicadores econômicos melhores nos Estados Unidos e na China para se sustentar, e não foi o que ocorreu." Na China, motor da demanda por energia nos últimos anos, "a produção industrial, registrou o nível de crescimento mais frágil em quase um ano" em julho, completou Kilduff, apesar de continuar em alta de 13,4% em relação ao mesmo mês de 2009.

"Não apenas o Fed está inquieto pela desaceleração da economia, como parece que a Agência Internacional de Energia (AIE) também está", afirmou Phil Flynn, da PFG Best Research.

Em relatório mensal, a AIE revisou para cima as previsões para a demanda mundial em 2010 e 2011, em 80 mil e 50 mil barris diários, respectivamente.

Mas o organismo perviu que "a demanda poderá ser seriamente afetada nos próximos meses, caso o crescimento econômico desacelere", completou Phil Flynn.