São Paulo ; O próximo presidente da República brasileiro terá que ter preparo para lidar com mais um desafio imposto pelo crescimento econômico: o de garantir que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável, reduzindo o desmatamento e criando leis ambientais que delimitem a atuação das empresas, opinou ontem, em passagem pelo país, o professor da London School of Economics Nicholas Stern. Ex-economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial, de 2000 a 2003, ele é autor do principal estudo já realizado no mundo sobre a economia das mudanças climáticas, o Relatório Stern.
;A sustentabilidade será um grande desafio para o próximo presidente do Brasil. Na última década, o país começou a crescer e a pobreza recuou. Houve crescimento com redução das desigualdades. Mas, com a economia em expansão, o desafio da sustentabilidade é cada vez maior;, afirmou o professor, que manifestou grande preocupação com a preservação da Floresta Amazônica. ;Fica bem claro que o desmatamento tem sido um problema enorme. O privilégio de o Brasil ter uma floresta como a Amazônica é o que obriga a cuidar dela.;
O economista deu ênfase ao potencial do país para a atração de investimentos externos, mas ressalvou que isso aumenta a responsabilidade do governo de criar leis que garantam um setor produtivo enquadrado sob exigências ambientais pré-determinadas. Além da criação de leis reguladoras, ele ressaltou que é preciso combater a extração de madeira ilegal, aumentando o policiamento na Região Amazônica e envolvendo as comunidades locais na atividade. ;É possível reduzir a pobreza e proteger a floresta ao mesmo tempo;, afirmou. Segundo Stern, o governo precisa conseguir reduzir a pressão da agricultura. ;Aumentar a produtividade por hectare é uma forma de reduzir a pressão por desmatamento;, disse.
A repórter viajou a convite do Walmart