Jornal Correio Braziliense

Economia

Governo prevê que terá em 2010 maior taxa de poupança desde a década de 80

Brasília ; O ano de 2010 deverá entrar para a história das finanças públicas como o de maior taxa de poupança do governo federal desde a década de 80. É o que destaca a publicação Economia Brasileira em Perspectiva, produzida pelo Ministério da Fazenda e divulgada nesta terça-feira (10/8) em Brasília.

Segundo o levantamento dos técnicos do governo, após anos de poupança negativa, abaixo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e que chegaram a -3,8% do PIB em 2003, a administração pública (União, estados e municípios) registrou o primeiro saldo positivo em conta corrente, em 2008, com 0,2% do PIB.

Depois, caiu para -1% em 2009, ano da crise, e deve chegar, em 2010, a 0,7% do PIB. O cálculo da poupança pública segue, em linhas gerais, o Manual de Contas Públicas e considera, entre outros números, os dados fiscais do Banco Central (conhecidos como abaixo da linha) e os do Tesouro Nacional (acima da linha).

A taxa de investimento federal também foi considerada alta, atingindo 3,2% do PIB em junho, sendo 1,2% da União e 2% das estatais. O crescimento representa uma expansão de 2 pontos percentuais desde o biênio 2003/2004. Os investimentos representam os valores da União, incluindo as estatais, acumulados em 12 meses e expressos em proporção do PIB. Quanto aos estados e municípios, os técnicos da Fazenda estimam que os investimentos com recursos próprios devam chegar a 5% do PIB.

O crescimento dos investimentos federais, em 2010, bateu recorde, se comparado todos os primeiros semestres desde 2002. No primeiro semestre deste ano, os investimentos federais chegaram a R$ 51,2 bilhões, o maior valor desde o Plano Real.

Nessa comparação semestral, a União investiu R$ 19,2 bilhões e as estatais federais, R$ 31,9 bilhões. Na soma total, o valor representa três vezes mais do que o investido no primeiro semestre de 2002, R$ 17,5 bilhões. Dos R$ 19,2 bilhões da União, o Ministério da Fazenda informou que R$ 6 bilhões foram transferências para estados e municípios pagarem obras.

Considerando apenas os quatro primeiros meses do ano, os investimentos públicos cresceram de R$ 6,8 bilhões, em 2009, para R$ 12,8 bilhões, em 2010, aumento de 89%. Para os técnicos da Fazenda, houve ;mudanças relevantes, como o crescimento econômico, reorganização da infraestrutura, geração de empregos e inclusão social, que permitiram ao país superar fragilidades, estimular a produtividade e reduzir a desigualdade;.