Jornal Correio Braziliense

Economia

Cartão Elo une BB, Caixa e Bradesco

Três das maiores instituições do país se juntam para competir com a Visa e a Mastercard. E compartilharão caixas eletrônicos

Disposto a levar adiante o processo de intervenção no mercado de cartões de crédito, para ampliar a concorrência e favorecer as classes C e D, que estão consumindo tudo o que podem, o governo botou os bancos públicos em ação às vésperas das eleições. A Caixa Econômica Federal se unirá ao Banco do Brasil e ao Bradesco no processo de fortalecimento de uma bandeira nacional, a Elo, que concorrerá com as multinacionais Visa e Mastercard. O acordo entre os três bancos foi assinado ontem em São Paulo e ficou acertado que o cartão Elo será oficialmente lançado em outubro.

A meta é investir em um público estimado em 30 milhões de pessoas, mais vulneráveis aos abusos cometidos pelas tradicionais administradoras. O governo quer derrubar as taxas de juros e as tarifas, alvo de constantes reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. A Caixa também participará do projeto de compartilhamento de terminais eletrônicos, processo já em andamento entre o BB e o Bradesco.

Segundo o vice-presidente de Cartões, Novos Negócios e Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli, com a entrada da Caixa na sociedade do cartão Elo, cada uma das instituições deterá 33% da empresa que administrará o novo produto. O diferencial do Elo, que terá as funções de débito e de crédito, é que ele só poderá ser usado no Brasil. Também funcionará como cartão pré-pago, com crédito já determinado, como os vales-refeições dados pelas empresas a seus funcionários, os diversos tipos de vales-presentes e ainda para recarga de celular. Assim como o BB e o Bradesco, a Caixa será também um banco emissor do novo cartão.

Já o compartilhamento dos caixas eletrônicos dos três bancos deve começar dentro de 30 dias. Como a Caixa já integrou a sua rede com a do BB, que possui alguns terminais compartilhados com o Bradesco, a avaliação das três instituições é de que não haverá grandes problemas para unificar as estruturas. Para Caffarelli, o compartilhamento das estruturas de autoatendimento é hoje uma necessidade dos bancos.

;Cada instituição gasta uma fortuna para instalar e manter seus ATMs e, mesmo assim, nem sempre conseguem estar onde o cliente precisa;, constatou. Para ele, com a redução da taxa de juros, as instituições precisam buscar, cada vez mais, a eficiência operacional. O compartilhamento de caixas situados fora das agências é um dos itens envolvidos na reestruturação e na redução de custos.

Redecard se associa ao Sicredi
A Redecard firmou parceria com a administradora de cartões Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) para realizar a captura, o roteamento, a transmissão e o processamento das operações de crédito e débito da bandeira, a partir do fim do segundo semestre de 2010. O Sicredi é constituído por 128 cooperativas, 12 mil colaboradoras e atua em 10 estados no país, com mais força nas regiões Sul e Centro-Oeste. Conforme comunicado ao mercado, o Sicredi terminou a primeira metade do ano administrando ativos totais de aproximadamente R$ 19 bilhões. Com o acordo, a Redecard permitirá que os cerca 1,6 milhão de clientes da Sicredi utilizem a rede da empresa, que passará a ter 20 bandeiras em seu portfólio.