Os indicadores econômicos do segundo trimestre do ano sugerem acomodação da atividade econômica, embora existam indícios de possível retomada do consumo, a partir de julho. Mas, mesmo com emprego, crédito e massa salarial em alta é provável que a atividade econômica siga trajetória menos intensa de agora em diante, em ritmo mais compatível com a capacidade de oferta e sem gerar desequilíbrios excessivos.
A análise é do economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto, para justificar a crença de que a taxa básica de juros (Selic) não precisa ir além dos atuais 10,75% ao ano. Segundo ele, o contexto de moderação da atividade econômica, somado ao controle da inflação, de junho para cá, faz com que, ;[o Comitê de Política Monetária] não irá mais alterar a Selic neste ano, e fechamos nossa expectativa de manutenção dos juros na próxima reunião;, do colegiado de diretores do Banco Central (BC), dia 1; de setembro.
Essa posição diverge, contudo, da maioria dos analistas financeiros consultados pela pesquisa do BC, na última sexta-feira (6), que originou o boletim Focus divulgado hoje, que reduz a projeção anterior, de juros a 11,50% no final do ano, para 11%. A maioria dos economistas pesquisados estima que haverá mais uma elevação de pelo menos 0,25 ponto percentual, na próxima reunião.
Já o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Samy Dana, prevê alta de 0,5 ponto percentual. ;Isso deve ocorrer;, segundo ele, porque apesar de a inflação estar controlada, há déficit na conta corrente externa do país. Lembrou também que a projeção de queda da inflação indica que os preços tendem a cair, ;o que resulta no aumento do poder de compra do salário; e possível aquecimento do consumo.