Jornal Correio Braziliense

Economia

Representantes dos produtores de tabaco discutem problemas do setor

Representantes dos produtores de tabaco do país discutem, em seminário organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), os problemas de saúde, de sustentabilidade e financeiros do setor. Também está em discussão a adequação dessa cadeia produtiva às normas estabelecidas pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado de saúde pública internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) da qual o Brasil foi o centésimo país a ratificar, em 2005. O marco foi elaborado por causa dos problemas de saúde gerados no cultivo do fumo, cujas folhas podem contaminar o agricultor.

As conclusões do seminário serão levadas pelo Brasil à 4; Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, que reunirá 168 países, em novembro, no Uruguai. O setor fumageiro está incluído, desde 2008, no Plano Plurianual de Investimentos, para fomento ao desenvolvimento rural sustentável dessas lavouras. O comitê gestor do programa, formado por organizações do governo e da sociedade civil, avalia que há demandas das famílias de agricultores que não estão sendo atendidas do ponto de vista financeiro e também veem deficiências na estrutura do programa em relação aos interesses dos fumicultores, de acordo com documento distribuído durante o encontro.

Para o secretário de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Afonso Celso, é preciso tomar cuidado para que essa cadeia produtiva não se rompa, uma vez que ela é representada por pequenos agricultores. Os trabalhadores envolvidos nessa área, da lavoura à indústria, somam 1,3 milhão de pessoas. A renda do setor, conforme destacou, oscila anualmente entre US$ 800 a US$ 900 milhões.

O secretário de Produção Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Newton Tapias, lembrou que o ministério tem inúmeras câmaras setoriais e que o setor produtivo deve procurar as oportunidades que são oferecidas.

O professor gaúcho Sergio Schneider disse que o Brasil tem um protagonismo importante no setor fumageiro mundial e, no entanto, há escassez de informações que envolvem saúde, questão social e financeira para as pessoas que trabalham nessa área. Ele lembrou que na lavoura canavieira cerca de 70% a 80% dos trabalhadores são afetados pela queima depois da colheita da cana.