Jornal Correio Braziliense

Economia

Emprego industrial cresceu 0,4% em junho, mas renda do trabalhador recuou 1%

O desempenho da indústria, no mês de junho, manteve o ritmo de crescimento da oferta de emprego que se verifica há 12 meses e é o mais longo já registrado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou hoje (4/8) o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.

De acordo com o boletim Indicadores Industriais de junho, divulgado hoje, o emprego cresceu 0,5% em relação a maio e aumentou 6,6% na comparação com junho do ano passado. Castelo Branco disse que no acumulado do primeiro semestre houve aumento de 4,3% sobre igual período de 2009 e ;o nível de emprego superou pela primeira vez o nível pré-crise, em 0,3%;.

Em contrapartida, o rendimento médio real do trabalhador na indústria de transformação recuou 1% em junho, frente ao mês anterior, embora tenha crescido 0,9% em relação a junho de 2009. Feitas as contas, explicou ele, a massa salarial teve redução de 0,6% no mês, e ;não fosse o aumento do emprego, o resultado em relação a maio seria ainda mais negativo; para a massa salarial.

A perda de ritmo da indústria ficou evidenciada também, segundo Castelo Branco, na queda de 0,6% no faturamento real da indústria de transformação. Também se verificou recuo de 0,3% no total de horas trabalhadas na produção, frente a maio, e queda de 0,2 ponto percentual na utilização da capacidade instalada (UCI), que caiu pelo segundo mês seguido, situando-se em 82,5% (0,7 ponto percentual abaixo do nível da UCI pré-crise).

O economista-chefe da CNI explicou que a ;acomodação; da atividade industrial em junho decorre de vários fatores como a Copa do Mundo de Futebol, que teve três jogos do Brasil em dias úteis, e a menor tomada de crédito das empresas por conta da volta do processo de aumentos da taxa Selic, no fim de abril, e da consequente elevação dos juros bancários.

Ele ressaltou que não dá para medir o peso de cada uma dessas variáveis na desaceleração do ritmo da atividade industrial e afirmou que ;a acomodação não significa necessariamente que tenha havido mudança de trajetória no crescimento da indústria;. Ao contrário, disse ele que a expectativa é de continuidade da expansão. Só que em ritmo mais lento do que foi no primeiro trimestre do ano.