Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo alcança maior nível desde maio em NY e Londres

Os preços do petróleo dispararam hoje (2/8) em Nova Iorque e Londres, onde o barril de referência subiu cerca de 3%, chegando ao nível mais alto desde o início de maio devido à clara fragilidade da moeda americana.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em setembro fechou em US$ 81,34, em alta de US$ 2,39 em relação à sexta-feira passada. Na sessão, alcançou os US$ 81,77, nível que não atingia desde 5 de maio.

No InterContinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhou US$ 2,64, a US$ 80,82, atingindo o nível mais alto desde meados de maio.

O mercado foi sustentado por dois elementos principais, explicou Jason Schenker, da Prestige Economics: a fragilidade do dólar e os temores sobre eventuais interrupções da produção no Golfo do México com a aproximação de uma tempestade tropical.

O dólar caiu nesta segunda-feira no mercado de câmbio, permitindo ao euro aproximar-se de US$ 1,32 dólar na sessão, tornando os preços das matérias-primas mais atraentes para os investidores que contam com outras moedas.

Nas praças financeiras, reinava uma atmosfera em geral otimista, que favoreceu os investimentos considerados de risco, permitindo uma forte alta das bolsas.

"As estatísticas econômicas mundiais parecem bastante sólidas", disse Jason Schenker, particularmente a aceleração do crescimento na indústria da zona do euro, que se confirmou em julho, apesar das fortes disparidades entre os países.

O avanço da atividade no setor industrial dos Estados Unidos continuou desacelerando em julho, mas menos que o previsto, segundo o índice dos diretores de compras publicado nesta segunda-feira pela associação profissional ISM.

A China anunciou uma contração do setor industrial em julho, pela primeira vez em 16 meses, mas a cifra não assustou os investidores.

"Os investidores acreditam que a China limitará as medidas de ajuste (monetário, tomadas para evitar um reaquecimento da economia), outra possibilidade seria aumentar as medidas de reativação", disse Phil Flynn, da PFG Best Research, duas soluções positivas para a demanda de energia.

Por outro lado, o mercado acompanha a evolução de uma tempestade tropical que se formou no Oceano Atlântico e que se desloca para oeste, segundo os serviços meteorológicos americanos.