O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 4,506 bilhões no primeiro semestre de 2010, com aumento de 12,1% em relação ao mesmo período de 2009. O resultado superou as expectativas dos analistas, que esperavam ganhos em torno de R$ 4,3 bilhões. Segundo a consultoria Economática, esse lucro líquido é o segundo maior da história dos bancos brasileiros de capital aberto, atrás apenas dos R$ 4,586 bilhões registrados pelo Itaú-Unibanco no primeiro semestre do ano passado.
Para o bom desempenho, de acordo com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, contribuíram fundamentalmente o contexto econômico ;sólido e promissor; e o crescimento da renda, pela mobilidade social e melhora de padrão de vida das classes C, D e E. ;Mais de dois mil correntistas passaram das classes D e E, para a classe C;, afirmou Trabuco.
Para atender a demanda, a carteira de crédito total do banco experimentou aumento de 15% e chegou a R$ 244,788 bilhões. O crédito para pessoa física subiu de 20,7% nos últimos 12 meses, passando de R$ 74,288 bilhões, em 2009, para R$ 89,648 bilhões, em 2010. Segundo Trabuco, o nível de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) caiu de 4,6% para 4% no período, ficando abaixo da média do mercado.
No segmento de cartão de crédito, o salto no volume de recursos movimentados foi de 15% neste semestre, totalizando R$ 244,8 bilhões. Trabuco destacou também o desempenho do grupo seguros, vida e previdência, com R$ 1,4 bilhão em prêmios, o que significou um aumento de 23,7% em relação ao primeiro semestre de 2009. Segundo ele, um crescimento superior à média do mercado.
Trabuco afirmou que, excetuando os bancos públicos, o Bradesco foi a instituição que mais concedeu financiamento para o setor empresarial, com desembolso de R$ 6,7 bilhões, para aproximadamente 62 mil operações voltadas para aquisição de máquinas e equipamentos a micro, pequenas e médias empresas (aumento de 21,4% em 12 meses).
Sucessão eleitoral
O presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, disse que ;o Brasil se manteve no contrafluxo das indefinições externas; e que a ;transição do governo (presidência da República) vai acontecer em ambiente de tranquilidade;, independentemente de quem seja o vencedor do pleito. Ele não vê sinais de mudanças que ameacem a estabilidade. ;Os postulantes não têm perfil que afete nada em relação à economia, à expectativa de crescimento, taxa de juros ou de câmbio;, avaliou.
O Bradesco trabalha com cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2010 e de 4,5%, em 2011. A taxa básica de juros deverá encerrar o ano em 11,25% e se manter no mesmo patamar no ano que vem. A inflação (IPCA) fechará 2010 em 5,5%, mas, em 2011, se aproximará mais do centro da meta, ficando em 4,7%.