Os preços do petróleo fecharam em leve baixa hoje (28/7) em Nova Iorque, afetados pelo espetacular aumento dos estoques nos Estados Unidos, o que pode ser explicado pelas fortes importações, mais do que pela frágil demanda.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em setembro fechou em US$ 76,99, em baixa de 51 centavos em relação à terça-feira, quando tinha alcançado o teto desde o início de maio, perto dos US$ 80, antes de cair novamente.
Nesta quarta-feira, "o mercado continuou caindo no início da sessão, e acelerou a tendência depois da publicação dos dados das reservas: os estoques de petróleo subiram mais de 7 milhões de barris", observou Tom Bentz, do BNP Paribas. "O mercado se recuperou parcialmente depois".
Os dados semanais do departamento de Energia americano apontaram uma surpresa considerável: um saldo de 7,2 milhões de barris das reservas de petróleo na semana passada nos Estados Unidos.
Mas depois de uma queda abaixo dos US$ 76, o efeito surpresa se diluiu: essas cifras revelaram também importações de petróleo de mais de 11 milhões de barris diários, o segundo maior nível já registrado.
"Isso nos leva a nos questionar se alguns navios tanque não forçaram a marcha para evitar complicações com a tempestade", afirmaram analistas do Barclays Capital em alusão à tempestade tropical Bonnie, que ameaçava o Golfo do México na semana passada e que finalmente foi embora sem deixar consequências.
"Em todo caso, não é um nível de importações sustentável e deve cair fortemente na próxima semana", completaram, declarando, por outro lado, que a demanda "continou melhorando consideravelmente".
De fato, o consumo de produtos petroleiros subiu mais de 2% na semana passada nos Estados Unidos, alcançando 19,8 milhões de barris diários, com a demanda de gasolina ficando inclusive no nível mais alto desde agosto de 2007.
Outro fator negativo para os preços, depois do anúncio de ontem de uma queda da confiança dos consumidores americanos, um novo indicador decepcionante ofuscou o cenário. As ordens de bens duráveis nos Estados Unidos caíram 1% em junho, quando o mercado esperava um aumento.