Jornal Correio Braziliense

Economia

Dívida pública fica 0,12% menor em junho sem o empréstimo para o BNDES

Sem as emissões para ajudar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Dívida Pública Federal (DPF) ficou praticamente estável em junho. Segundo números divulgados hoje (22/7) pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF encerrou o mês passado em R$ 1,612 trilhão, 0,12% a menos que o montante de R$ 1,614 trilhão registrado em maio.

A queda poderia ser maior se não fosse a dívida pública externa, que subiu 1,11% em junho, passando para R$ 95,9 bilhões. A alta foi provocada pela redução da queda do dólar, que caiu 0,84% no mês passado contra 1,08% em junho de 2009. Por causa do resgate de títulos corrigidos pela Selic, a dívida pública mobiliária (em títulos) interna caiu 0,20%, somando R$ 1,516 trilhão em junho.

Com o resultado de junho, a DPF encerrou o primeiro semestre com alta de R$ 115 bilhões, aumento de 7,6%. O principal fator para esse aumento foi a emissão de R$ 80 bilhões para o BNDES, em abril e maio. Os recursos fazem parte do empréstimo do Tesouro para reforçar o capital da instituição financeira.

O resgate dos papéis corrigidos pela Selic ; que mede os juros básicos da economia ; fez a parcela desses títulos na dívida mobiliária interna cair de 35,70% em maio para 33,57% em junho. A participação dos títulos prefixados, que têm os juros definidos no momento da emissão, aumentou de 33,65% para 35,27%. A maior presença de papéis prefixados é desejável para o Tesouro porque facilita a administração da dívida pública ao estabelecer com antecedência os juros que o governo pagará.

A participação dos títulos corrigidos por índices de preços subiu de 28,93% em maio para 29,46% em junho. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio não mudou, ficando em 0,66% da dívida mobiliária interna.

O prazo médio da DPF subiu de 3,51 anos em maio para 3,55 anos em junho. Prazos mais longos são desejáveis porque esse é o tempo que o governo leva para renovar completamente a dívida pública. Desde o ano passado, o Tesouro divulga o prazo apenas em anos, não em meses. A parcela dos títulos que vencem em 12 meses caiu de 27,43% em maio para 25,86% em junho.

Por meio da dívida pública, o governo pega empréstimos dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o Tesouro compromete-se a devolver o dinheiro com correção, que pode ser prefixada, ou seja, definida com antecedência, ou seguir a Selic, índices de preços ou o câmbio.