As negociações envolvendo a compra da Telefônica pela participação da Portugal Telecom no controle da Vivo podem até ter esfriado após a retirada, pelo grupo espanhol, da oferta de 7,15 bilhões de euros pela parte portuguesa na companhia brasileira, mas nem por isso os rumores envolvendo os próximos passos das duas companhias deixaram de movimentar o mercado. O último deles diz respeito a uma possível estratégia do grupo de Portugal de se manter a qualquer custo no Brasil, dessa vez investindo em outra empresa de telefonia: a Oi.
Segundo o jornal espanhol El Economista, o grupo com sede em Lisboa teria firmado inclusive um pré-contrato com o companhia brasileira, em que se comprometeria a comprar uma fatia da empresa após vender o seu quinhão na Vivo. O documento teria validade até o fim da próxima semana, quando as negociações entre espanhóis e portugueses seria concretizada. ;Dessa forma, o grupo presidido por César Alierta (presidente da Telefônica) alcança seu objetivo, ao mesmo tempo em que a PT confirma sua permanência no Brasil, ainda que seja como um jogador da segunda fileira;, afirmou o jornal, sem revelar a fonte da informação.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários portuguesa, a PT negou conhecer qualquer acordo firmado para efetuar a compra de uma participação na Oi. No entanto, analistas do mercado acreditam ser a negociação totalmente plausível, já que viabilizaria a permanência da companhia no Brasil, mercado considerado de grande potencial para a empresa.
No Brasil, a Oi também negou qualquer passo dado rumo a uma união luso-brasileira. ;A Telemar (Oi) esclarece que inexiste acordo, ajuste ou instrumento firmado ou negociado pela companhia ou por suas controladas com a Portugal Telecom, visando a alienação de participação em qualquer das empresas do grupo;, disse a operadora.
PROCESSO DISCIPLINAR NA ANATEL
A Corregedoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) atendeu a solicitação da Corregedoria-Geral da União, órgão da Controladoria-Geral da União (CGU), e abriu processo administrativo disciplinar contra seu superintendente-geral de Administração, Rodrigo Barbosa. Um desentendimento quanto ao método legal para realizar processos de pregão teria feito com que o superintendente e a procuradora federal Fernanda Bussacos, gerente-geral de Consultoria, encarregada de analisar contratos e licitações, batessem boca nos corredores do órgão regulador. Segundo testemunhas, Barbosa teria chamado Fernanda de ;louca; e seus colegas de ;procuradorzinhos de m;; A União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe) repudiou o episódio. Disse que as ofensas atingiram não apenas os procuradores federais envolvidos, mas toda a categoria.