A BM lançou ontem US$ 612 mi em bônus de 10 anos nos Estados Unidos com absoluto sucesso. Os títulos receberam as notas Baa2 da agência de classificação de risco Moody;s, e BBB da Standard & Poor;s. A demanda levou o valor dos papéis a US$ 4,5, seis vezes o da emissão inicial. A situação favorável para empresas brasileiras lá fora é natural e revela a intenção dos investidores de levar seu capital para países solventes e se afastar dos riscos na Zona do Euro, segundo o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas.
Ele sustenta que "o exterior tem janelas" que se abrem e se fecham e que, este ano, elas estão abertas para o Brasil, daí a procura intensa pelos bônus brasileiros de 10 anos com spread (diferença entre o preço de compra e o de venda) de 250 pontos-base (juros de 2,5%) acima do título do Tesouro americano com o mesmo prazo. "O Brasil é credor externo e tem boas reservas. Enquanto existir esse ambiente de dúvida internacional, a tendência é de bons resultados neste ou em qualquer lançamento."
O preço da colocação dos bônus só será definido mais tarde, mas a avaliação dos analistas é de que o volume da emissão não deve ser elevado. De acordo com o economista de um outro banco, a BM pretende usar os recursos desses bônus para aumentar sua fatia na Chicago Mercantile Exchange (CME). A operação no exterior é coordenada por Bank of America Merrill Lynch, Bradesco, JPMorgan e HSBC.