A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 9,5% em junho, enquanto mais de meio milhão de americanos pararam de procurar emprego, ampliando o pessimismo em relação à recuperação econômica.
A taxa de desemprego caiu de 9,7% para seu nível mais baixo em um ano, enquanto o número de empregos diminuiu pela primeira vez desde dezembro, informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira.
Em torno de 125.000 vagas foram fechadas no último mês, acrescentando preocupações de que a trilha econômica à frente será esburacada.
Mas a queda da taxa de desemprego oferece um pouco de alívio ao presidente Barack Obama, que está lutando contra o tempo para colocar a economia de volta aos trilhos antes das eleições legislativas de novembro.
"Sem dúvida, estamos na direção certa, mas... não estamos indo rápido o suficiente para muitos americanos. Não estamos indo rápido o suficiente para mim também", disse Obama.
A Casa Branca alertou repetidamente que o desemprego permanecerá alto no restante do ano, enquanto pesquisas mostram que esta é uma questão crucial para os eleitores.
A maioria dos analistas esperavam que a cifra de americanos desempregados superasse os 15 milhões em junho, levando a taxa de desemprego acima de 9,8%.
No final, o número de desempregados caiu para 14,6 milhões em junho, enquanto 652.000 americanos deixaram o mercado de trabalho e mais de 20.000 ocuparam postos temporários.
"A taxa de desemprego caiu porque o a força de trabalho diminuiu mais rapidamente, enquanto trabalhadores desencorajados pararam de procurar emprego", disseram analistas do Société Générale.
A queda provou ser um teste psicológico para Wall Street, com alguns vendo o relatório como uma prova da recuperação lenta e outros como um sinal negativo de que poderá haver problemas à frente.
Nas últimas semanas, os mercados registraram turbulências por conta das preocupações com uma recessão em duplo mergulho.
O último trimestre tem sido tortuoso para as 30 maiores empresas americanas, com o Dow Jones Industrial Average perdendo mais de 10% de seu valor, em grande parte por conta dos temores sobre o destino da economia americana.
A maior causa de preocupação tem sido o enfraquecimento contínuo do setor privado, que criou apenas 83.000 vagas em junho, apesar de esta cifra ter sido superior aos 33.000 registrados em maio.
Em meio ao cenário incerto e ao baixo acesso ao crédito, as empresas americanas estiveram relutantes em recontratar trabalhadores.
Mas nem todos ficaram tristes.
"Apesar da queda levemente maior nos números do mercado de trabalho, houve alguns sinais positivos neste relatório", disse Jason Schenker, da Prestige Economics.
"Uma recuperação está claramente em andamento, apesar de estar devagar no mercado de trabalho", disse Schenker.