Os compromissos de compra de imóveis nos Estados Unidos caíram mais que o esperado em maio, 30%, na comparação com o mês anterior, segundo cifras publicadas nesta quinta-feira pela Associação Nacional de Agentes Imobiliários (NAR).
O forte retrocesso interrompeu um ciclo de três meses de alta (6,0% em abril, 7,1% em março e 8,3% em fevereiro), informou a NAR. O índice registra assim uma queda de 15,9% na base anual, para registrar seu pior nível em mais de um ano.
Os economistas esperavam uma queda deste índice, mas de apenas 10,5%.
A NAR notou que a forte queda deveu-se em boa parte ao vencimento de um crédito de imposto imobiliário em 30 de abril. A aproximação dessa data incitou as famílias a aproveitar as vantagens durante este mês.
"Os consumidores são racionais e se precipitaram para se beneficiar do crédito tributário antes da data limite de abril. O forte retrocesso de maio é o resultado natural disso, e se esperam resultados semelhantes em junho", disse o economista chefe da NAR, Lawrence Yun.
O economista destacou que o crédito de imposto imobiliário estabilizou os preços, que ameaçavam cair. "Sem o crédito, as negociações de preço entre compradores e vendedores serão mais agressivas".
"O elemento chave que definirá se o mercado imobiliário pode se manter sem estímulos será a criação de empregos no setor privado no segundo semestre", concluiu Yun. "Estaremos atentos à situação no Golfo do México", onde os efeitos da mancha de óleo gerada depois da explosão de uma plataforma de petróleo podem afetar os preços do setor imobiliário.
Mas tudo indica também que os estímulos continuarão, já que o Congresso americano votou na quarta-feira à noite um dispositivo para estender o prazo do crédito.
Os senadores aprovaram o projeto de lei que já tinha obtido o consentimento dos representantes na semana. O texto ainda deve ser promulgado pelo presidente Barack Obama.
Para Theresa Chen, do Barclays Capital, ainda é difícil prever uma possível data para a recuperação do mercado imobiliário. "A tendência subjacente das vendas de moradias não será notada até que os efeitos do plano de reativação (do governo) tenham desaparecido", completou.