A Bolsa de Nova York não pôde conter suas perdas nesta quarta-feira (30/6), afetada pelas cifras do emprego no setor privado, em um dia em que os mercados europeus estabilizaram-se depois da queda sofrida na véspera pelas más notícias econômicas mundiais.
O Dow Jones perdeu 0,98% e o Nasdaq, 1,21%. O primeiro cedeu 96,28 pontos, para 9.774,02 unidades, seu pior nível desde o início de novembro. A bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 25,94 pontos, para 2.109,24 unidades.
O índice ampliado Standard and Poor;s 500 perdeu, por sua vez, 1,01% (10,53 pontos) a 1.030,71 unidades.
Os índices caíram assim a seu nível mais baixo do ano, já atingido na terça-feira no caso do Nasdaq e do S 500, sendo também afetados pelas inesperadas cifras negativas do emprego no setor privado.
Na Europa, os mercados acompanhavam com atenção os resultados da operação de refinanciamento com prazo de três meses lançada nesta quarta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), que forneceu um montante recorde de liquidez aos bancos da zona do euro, apesar de se tratar de uma proporção menor que o esperado por alguns analistas.
No total, 171 bancos da zona do euro obtiveram 131,9 bilhões de liquidez a uma taxa de juros fixa de 1%. Todos os pedidos dos bancos foram atendidos.
A Bolsa de Madri, que tinha caído 5,45% na terça-feira, subiu 1,12%. Na mesma sintonia, Frankfurt ganhou 0,23% e Paris 0,29%, enquanto Londres fechou quase estável (0,05%).
As praças financeiras asiáticas continuaram mostrando sinais de fragilidade nesta quarta-feira, castigada pelos temores sobre a reativação da economia mundial.
A Bolsa de Tóquio caiu 1,96% e chegou a seu nível mais baixo dos últimos sete meses, Xangai retrocedeu 1,18% e Hong Kong, 0,59%.
Os temores sobre a solvência dos bancos da zona do euro, particularmente os da Espanha, continuam sendo foco de preocupações, levando em conta que essas instituições devem reembolsar na quinta-feira ao BCE um empréstimo gigantesco fornecido no ano passado.
Os investidores temem que o reembolso massivo provoque uma forte seca na liquidez da zona do euro e afete o mercado interbancário.
Por isso, as operações de refinanciamento de quarta e quinta-feira são uma verdadeira prova da saúde dos bancos e do mercado interbancário em seu conjunto, advertiram diversos economistas.
A isso se somou uma má notícia sobre o emprego nos Estados Unidos.
A geração de vagas no setor privado caiu 77% em junho na comparação com maio nos Estados Unidos, com apenas 13.000 novos postos, segundo um relatório da consultoria de recursos humanos ADP, divulgado nesta quarta-feira.
Outros dados macroeconômicos desalentadores revivaram na terça-feira as preocupações com o vigor do crescimento econômico mundial, empurrando para baixo as bolsas do mundo inteiro, inclusive Wall Street.
Entre esses dados estão as cifras negativas no Japão, a queda da confiança dos consumidores americanos em junho e a revisão para baixo das perspectivas de crescimento da China.
"Com tantos elementos negativos, é difícil ser construtivo nos mercados", comentou na terça-feira à noite o analista Gregori Volojin, da Meeschaert New York.
Nesse contexto, os investidores voltaram-se aos ativos considerados mais seguros, como, por exemplo, os títulos públicos alemães ou norte-americanos.