A continuação da greve dos trabalhadores do metrô de Madri provocou nesta quarta-feira (30/6) um segundo dia de caos na capital espanhola, com grandes engarrafamentos e ônibus cheios de passageiros.
A linha de acesso ao aeroporto de Madri-Barajas continuava fechada. "Não há trens", anunciava um cartaz na entrada da estação de metrô Ruben Darío, no centro da capital.
Os funcionários da empresa madrilenha de metrô protestam contra um corte de salários de 5% anunciado pelo governo regional de Madri, que gere o metrô, como parte das medidas de austeridade contra a crise.
O governo regional tomou medidas disciplinares contra 200 empregados por não terem respeitado o serviço mínimo obrigatório de 50% previsto nos casos de greve.
O metrô de Madri transporta 2 milhões de passageiros diariamente.
Os funcionários, reunidos na quarta-feira em assembleia geral, decidiram continuar a greve quinta e sexta-feira, mas prometeram que assegurarão desta vez o serviço mínimo.
Os trabalhadores decidiram interromper a greve sábado, domingo e segunda-feira e deverão reunir-se novamente para decidir sobre sua continuação, sem excluir a possibilidade de uma greve com prazo ilimitado.
Funcionários não grevistas são atacados
Quatro funcionários não grevistas do metrô ficaram feridos nesta quarta-feira ao se dirigir ao trabalho, atacados por cinquenta trabalhadores em um piquete de greve, segundo a empresa do metrô madrilenho.
O governo regional, presidido pela direita, prevê alugar ônibus privados para compensar a greve das 12 linhas de metrô.
O porta-voz do governo regional, Ignacio González, reconheceu que "não haverá uma solução" enquanto os sindicatos mantiverem suas posições "absolutamente radicais".
A número dois do governo central socialista, María Teresa Fernández de la Vega, pediu à governadora conservadora da região, Esperanza Aguirre, que "assuma suas responsabilidades" e negocie.
O descontentamento social aumenta na Espanha frente às medidas de austeridade e à reforma trabalhista decidida pelo governo socialista de José Luis Rodrígurz Zapatero.
Depois de uma greve geral na terça-feira no País Basco (norte), estão previstas manifestações nesta quarta-feira em todas as regiões, convocadas pelos dois principais sindicatos, UGT e CCOO, para protestar contra esta reforma, que busca "dinamizar" o mercado de trabalho em um país no qual a porcentagem de desemprego supera os 20%.
Para as duas maiores centrais sindicais do país, trata-se de "esquentar os motores" com uma série de modificações contra uma reforma considerada "prejudicial" para os assalariados, antes da greve geral prevista para 29 de setembro no nível nacional.