O Banco Central (BC) espera por resultados primários melhores nos próximos meses, segundo afirmou nesta terça-feira (29/6) o chefe do Departamento Econômico da instituição, Altamir Lopes. Para ele, a expectativa é de aumento da arrecadação de tributos pelo governo e redução de gastos, resultado do bloqueio (contingenciamento) de despesas previstas no Orçamento da União.
O resultado primário é a diferença entre as receitas e as despesas, excluídos os juros da dívida pública. Em maio, o superávit primário do setor público consolidado ; governo federal, estados, municípios e empresas estatais ; chegou a R$ 1,43 bilhão. As estatais contribuíram com R$ 1,392 bilhão e os governos estaduais, com R$ 1,469 bilhão. O Governo Central (governo federal, Banco Central e Previdência Social), por sua vez, apresentou déficit primário de R$ 1,431 bilhão, o pior resultado para o período desde o início da série histórica do BC iniciada em 1991.
Tanto o BC quanto o Tesouro Nacional divulgaram hoje os resultados primários do Governo Central. Segundo o Tesouro, o déficit primário do Governo Central ficou em R$ 509,7 milhões em maio, pior resultado para o mês desde de 1999, quando foi registrado um déficit de R$ 650 milhões.
Os dois órgãos utilizam metodologias diferentes. Pelos critérios do Tesouro Nacional, o superavit primário é calculado com base nos recursos executados do Orçamento Geral da União. A metodologia do BC, no entanto, registra o esforço fiscal com base na variação do endividamento da União, dos estados, dos municípios e das estatais.
Segundo Lopes, a tendência é de que a discrepância estatística ;se dilua ao longo do ano;. Essa diferença nos resultados costuma ocorrer devido a defasagens nos dados usados nos cálculos.