A produção industrial e o consumo interno caíram em maio no Japão, enquanto o desemprego aumentou, o que faz pensar que a reativação econômica do arquipélago poderia se desacelerar devido aos problemas da demanda mundial.
A produção industrial baixou 0,1% em maio em relação a abril, anunciou nesta terça-feira (29/6) o ministério japonês de Economia, Comércio e Indústria, após dois meses de alta. Entretanto, em medição anual, este indicador permanece em sólida alta de 20,2%.
Efetivamente, a economia japonesa reativou-se no segundo semestre de 2009, após uma recessão de um ano, a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
"Estes números indicam claramente que a reativação se desacelera", afirmou o economista Hiroshi Watanabe, do institudo de estudos Daiwa.
De qualquer modo, Watanabe garantiu que a economia não cairá em uma "nova recessão", afirmando que o governo japonês prevê altas da produção industrial em junho ( 0,4%) e julho ( 1%).
"Mas o ritmo da reativação vai se desacelerar até marcar uma pausa temporária, à medida que as exportações se reduzam pelo esfriamento da economia mundial, por razões como a decisão da China de endurecer sua política monetária e a redução dos déficits na Europa", explicou.
A segunda maior economia mundial teve um forte crescimento de 5% em ritmo interanual no primeiro trimestre, graças às vigorosas exportações para os países asiáticos e emergentes, especialmente a China.
Mas a demanda interna japonesa não consegue decolar, como demonstra a nova baixa de 0,7% no consumo dos lares registrada em maio em relação ao ano passado e anunciada nesta terça-feira pelo ministério de Assuntos Internos.
As compras de eletrodoméstico e móveis, um dos principais motores do consumo durante meses graças a estímulos governamentais, diminuíram, caindo 9,3% em ritmo interanual.
Outro motivo de preocupação é a alta do desemprego, que subiu para 5,2% em maio contra 5,1% em abril, com 3,47 milhões de pessoas que buscam trabalho.
Segundo o ministério da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais, este número não é tão ruim, já que em maio houve 50 ofertas de trabalho para cada 100 demandas, contra 48 em abril.
Para Yoshiki Shinke, economista do instituto de pesquisas Dai-ichi Life, as condições do mercado de trabalho "não se deterioraram".
Alguns analistas afirmaram que algumas pessoas desanimadas durante a recessão voltaram a buscar trabalho, o que poderia explicar o aumento da porcentagem oficial de desempregados.