O banco central da China elevou nesta sexta-feira (25/6) o valor de referência do iuane a seu nível mais alto em cinco anos, em um momento em que Pequim é objeto de pressões internacionais para que aprecie sua moeda nas vésperas da reunião do G20.
A decisão ocorreu depois de Pequim advertir que não queria que o presidente chinês Ju Jintao fosse criticado pela política monetária de seu país neste fim de semana durante a cúpula das potências industrializadas e emergentes no Canadá.
O banco central chinês estabeleceu nesta sexta-feira um valor de referência de 6,7896 iuanes frente ao dólar, 0,3% mais que os 6,8100 iuanes por dólar da véspera, segundo um comunicado publicado em seu site na Internet.
Este é o nível mais elevado do iuane desde a reforma cambial do sistema chinês de julho de 2005, que desvinculou o iuane do dólar para acrescentá-lo a uma cesta de moedas.
Durante o dia, o iuane subiu até 6,7856 por dólar no mercado interbancário, antes de se debilitar um pouco e fechar a 6,7900 dólares, informou a agência Dow Jones Newswires.
O iuane apreciou-se 0,53% em relação à moeda americana durante a semana.
Em um comunicado, o banco central chinês afirmou querer manter o iuane "fundamentalmente estável", o que equivale a dizer que quer evitar qualquer movimento brusco da moeda.
O valor de referência do iuane fixo representa o nível em torno do qual a moeda chinesa flutua diariamente, em um limite de mais ou menos 0,5% frente ao dólar.
No último fim de semana, a China informou sobre sua intenção de voltar a um sistema de taxa de câmbio mais flexível, para frear as críticas recebidas do Ocidente, em particular dos Estados Unidos, que considera que o iuane está desvalorizado para favorecer as exportações do gigante asiático.
Segundo certos analistas, os bancos chineses tinham sido orientados pelo banco central a comprar dólares - e, com isso, debilitar o iuane - para mostrar que um regime de câmbio mais flexível significa variações nos dois sentidos.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, julgou como "positiva" a decisão da China de ampliar a flutuação de sua moeda, apesar de estimar que era cedo demais para saber se esta medida era suficiente.
Alguns economistas não hesitam em afirmar que o iuane está desvalorizado em 40% em relação ao dólar.
As recentes declarações oficiais chinesas não deixam ver a forte apreciação que pretendem os sócios comerciais de Pequim, e os analistas pensam que o iuane terá uma modesta alta nos próximos 12 meses.
Antecipando-se à explosão da crise mundial, a China voltou a fixar sua moeda durante o verão de 2008, para em torno de 6,8 dólares.
Mas com a reativação econômica, seus principais sócios comerciais, particularmente os Estados Unidos, retomaram as pressões.