Jornal Correio Braziliense

Economia

BC mantém projeção de déficit nas contas externas e reduz estimativa de investimento estrangeiro

O Banco Central (BC) manteve a projeção para o déficit em conta-corrente, registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços com o exterior, para este ano. A estimativa é de US$ 49 bilhões.

O BC já havia informado anteriormente que, se essa previsão for confirmada, será o maior déficit em conta-corrente registrado na série histórica, iniciada em 1947.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, a projeção para o déficit em transações correntes passou de 2,52% para 2,49%.

Segundo relatório do BC, a estimativa para o superávit comercial (saldo de exportações menos importações) subiu de US$ 10 bilhões para US$ 13 bilhões, com a expectativa de aumento das exportações. A projeção para as vendas de mercadorias ao exterior subiu de US$ 173 bilhões para US$ 185 bilhões. No caso das importações, a estimativa passou de US$ 163 bilhões para US$ 172 bilhões.

Enquanto aumentou a estimativa para o saldo da balança comercial, a instituição piorou a projeção para o déficit na conta de serviços e renda (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros, viagens internacionais e outros), que passou de US$ 62,5 bilhões previstos em março para US$ 65,5 bilhões.

No caso da despesa líquida com lucros e dividendos, a estimativa foi mantida em US$ 32 bilhões. Para as viagens internacionais, que registra despesas de brasileiros no exterior e receitas deixadas por estrangeiros no Brasil, passou de US$ 7,5 bilhões para US$ 8 bilhões.

O BC manteve a projeção de US$ 3,5 bilhões de ingresso líquido (descontada a saída) para transferências unilaterais correntes, que é o registro de repasse de mercadorias ou recursos do Brasil para o exterior, como remessas de brasileiros que residem em outros países e doações para ajuda humanitária.

Para o investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, a estimativa passou de US$ 45 bilhões para US$ 38 bilhões. Em relação ao PIB, a projeção para o IED passou de 2,32% para 1,93%.

Foi mantida em US$ 35 bilhões a expectativa para o investimento em títulos e ações.