As bolsas mundiais fecharam em alta nesta segunda-feira (21/6) em função das expectativas provocadas pela notícia da flexibilização do regime cambiário do iuane chinês, que registrou recorde em cinco anos no mercado interbancário.
A tendência foi marcada pelos mercados asiático, que fecharam todos em forte alta, encabeçados por Hong Kong ( 3,08%) e Xangai (2,90%).
A bolsa de Tóquio subiu, por sua vez, 2,42%, ante a perspectiva de que o anúncio chinês melhore as exportações japonesas do gigante asiático.
Os mercados europeus seguiram a mesma tendência. A Bolsa de Paris fechou em alta de 1,33%, a 3.736,15 pontos.
O índice Dax de Frankfurt progrediu 1,22%, a 6.292,97 pontos. O índice Footsie de Londres subiu 0,92% a 5.299,11 unidades.
"O sentimento dos investidores melhorou bastante durante o fim de semana, com as notícias de que a China prometeu permitir a valorização do iuane, o que ajudou a impulsionar todos os mercados em alta", estimou o analista Joel Kruger, do site Daily FX.
Pressionado pelos mercados, o banco central da China informou no sábado que flexibilizará a taxa de câmbio do iune, o que, segundo os analistas, indica que Pequim está disposto a permitir a apreciação de sua moeda, após insistentes pedidos por parte de seus sócios comerciais.
O Banco Popular da China advertiu, no entanto, que não existem bases para "grandes variações", dando a entender que os legisladores manterão seu férreo controle sobre o valor do iuane.
Esse anúncio chegou uma semana antes do início da reunião do G20 (que reúne os principais países ricos e emergentes) em Toronto, no momento em que aumenta a pressão para que Pequim volte a um sistema de câmbio que possibilite a apreciação de sua divisa.
Os sócios comerciais da China consideram que o iuane está desvalorizado, o que permite a Pequim exportar seus produtos a preços mais baixos.
As reações à notícia vieram rápido, especialmente nos Estados Unidos.
Essa medida "pode ajudar a proteger a recuperação econômica e contribuir para uma economia global mais equilibrada", afirmou o presidente americano Barack Obama em um comunicado.
"Uma aplicação dinâmica (dessa decisão) será uma contribuição positiva a um crescimento mundial forte e equilibrado", afirmou anteriormente o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
A China, cuja economia depende das exportações, fixou sua moeda em 6,8 dólares em julho de 2008 para ajudar a indústria manufatureira, atingida pela crise financeira, a conservar os postos de trabalho em um setor que emprega milhões de pessoas.
Atualmente, o iuane pode flutuar apenas 0,5% para cima ou para baixo.
Essa política cambial é uma importante fonte de conflito entre Washington e Pequim.
Em 2005, a China flexibilizou sua taxa de câmbio, permitindo que o iuane apreciasse 20% em relação ao dólar até julho de 2008.