A uma semana da reunião do G20 (grupo de 20 das maiores economias do mundo) em Toronto, no Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou carta aos representantes do grupo reiterando que os governos não devem suspender programas de estímulo à economia de forma abrupta. Para Obama, se a operação for rápida poderá causar dificuldades econômicas e até recessão.
"Nós devemos ser flexíveis ao ajustar o ritmo da consolidação e aprender com os erros do passado, quando estímulos foram retirados muito rapidamente, o que resultou em renovadas dificuldades econômicas e recessão", disse Obama, na correspondência. As informações são da BBC Brasil.
Analistas interpretam que a mensagem é um recado direto para as economias europeias, que enfrentam crescente preocupação com a dívida pública. "Nós precisamos nos comprometer com ajustes fiscais que estabilizem a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) em níveis apropriados no médio prazo", disse Obama.
Segundo o presidente norte-americano, ;é crucial que o momento e o ritmo da consolidação de cada economia se ajustem às necessidades da economia global, à demanda do setor privado e às circunstâncias nacionais. Nossa principal prioridade em Toronto deve ser resguardar e fortalecer a recuperação".
A carta de Obama foi divulgada no mesmo dia da visita do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, à Espanha - um dos países da zona do euro a lançar recentemente planos de austeridade fiscal para enfrentar problemas de déficit orçamentário.
Strauss-Kahn disse que a Espanha está no caminho certo para garantir a recuperação econômica. O plano lançado em maio pelo governo espanhol prevê reduzir o déficit dos atuais 11% do PIB para 6% em 2011.
O próprio governo norte-americano enfrenta o problema do déficit, que no ano fiscal de 2009 chegou a US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,5 trilhões), equivalente a quase 10% do PIB dos Estados Unidos, o maior percentual desde a Segunda Guerra Mundial. No início do ano, Obama criou uma comissão bipartidária que tem como tarefa propor medidas para reduzir o déficit a 3% do PIB até 2015.