São Paulo ; A Vivo, maior operadora móvel do país e alvo de uma disputa entre as suas controladoras, a Telefônica e a Portugal Telecom, valorizou ontem o seu passe ao anunciar um ambicioso plano de banda larga móvel para atender 2.232 municípios em todo o país. Ao mesmo tempo, a empresa agradou ao mercado ; suas ações subiram ; e assustou a concorrência ao anunciar, para o fim de 2011, a antecipação de metas oficiais de cobertura estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) até 2016. A promessa é levar internet via celular de terceira geração (3G) a 85% da população brasileira em 18 meses. Hoje, o serviço da companhia chega a apenas 33% dos brasileiros.
A expansão dos serviços de internet está incluída no plano de investimento de R$ 2,49 bilhões anunciados para 2009. Por questões de competição, os gastos específicos no projeto da banda larga foram escondidos. Mas os acionistas que disputam o negócio já precificaram o novo valor de mercado da empresa. O plano foi aprovado sem divergências, no mês passado, pelo Conselho de Administração da operadora, onde Telefônica e Portugal Telecom detêm, cada uma, 50% do capital. ;Entendemos como natural o interesse dos sócios porque somos uma empresa desejada. A briga (1)não atrapalha;, disse o presidente da Vivo, Roberto Lima.
O plano de expansão da oferta de internet garante à operadora a dianteira do mercado de telecomunicações móveis. Hoje, ela possui 54 milhões de clientes, sendo 4 milhões em internet 3G. Ao todo, o país conta com 12 milhões de aparelhos celulares e modens que acessam a rede mundial de computadores. Segundo Lima, a ousadia reside em aumentar, diariamente, de um para quatro o número de municípios cobertos com a rede de terceira geração. Das 2,2 mil cidades do plano, 329 possuem menos de 5 mil habitantes. No Centro-Oeste, até dezembro se somarão aos 54 municípios atualmente atendidos outros 188.
Barreira
;O objetivo é diminuir as distâncias e melhorar a qualidade do sinal;, resumiu. Nos locais mais remotos, o preço do serviço, o mesmo praticado em todo o país, ainda é um fator proibitivo. Pelo plano básico de internet 3G, além de um modem de R$ 149, a Vivo cobra R$ 29,95 no primeiro mês e R$ 59 a partir do segundo. O pacote dá direito a 250 megabytes de tráfego de dados. A velocidade de acesso, segundo a empresa, chega a um mega (Mbps), em média. A aposta é de que o aumento da escala traga a redução dos valores. ;Não podíamos é esperar o preço cair para começar a investir;, sustentou o executivo.
O presidente da Vivo evitou polemizar sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) recentemente lançado pelo governo, patrocinado pela antiga estatal Telebras, a fim de aumentar a redução do preço do serviço no país. ;Nosso plano de internet é a resposta (à iniciativa governamental);, disse.
1 - Dividendos
O Conselho de Administração da Portugal Telecom (PT) garantiu ontem que a espanhola Telefônica não tem qualquer possibilidade de bloquear os dividendos da Brasilcel, empresa das duas companhias internacionais que controla a Vivo. A operadora portuguesa argumenta que ;teria fortes argumentos a seu favor caso a Telefônica bloqueasse os dividendos;. A Telefônica havia afirmado, há algumas semanas, que poderia suspender os dividendos da Brasilcel, caso a PT não aceitasse vender sua participação por 5,3 milhões de euros.
O repórter viajou a convite da Vivo