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Economia

Confrontos durante greve na China deixam dezenas de operários feridos

Dezenas de pessoas ficaram feridas durante os confrontos de segunda-feira (7/6) numa fábrica na capital de Taiwan, Taipé, quando doismil funcionários entraram em greve, para exigir melhores salários e condições de trabalho.

Cerca de 50 empregados da KOK, especializada em peças de borracha para carros, ficaram feridos, cinco gravemente, durante os confrontos com os guardas de segurança que tentavam impedir que eles se manifestassem em Kunshan, informou nesta quarta-feira o jornal China Daily.

"A polícia agrediu sem fazer distinção (...), pouco importava se era homem ou mulher", declarou uma trabalhadora ao South China Morning Post de Hong Kong. Ainda de acordo com o jornal, cerca de 30 pessoas foram presas.

Uma lista com 13 revindicações dos operários da KOK foi publicada em um site na internet. Entre elas, em particular, estavam as reclamações quanto as elevadas temperaturas nos locais de trabalho e quanto ao baixo salário.

Os funcionários pediam, além da criação de um novo sistema de aumento salarial, uma compensação financeira pelos anos anteriores e ajuda para moradias.

O South China Morning Post mostrou provas de que as temperaturas chegavam a 50 graus dentro das oficinas e os odores "insuportáveis" de borracha tomavam conta do ambiente.

Um porta-voz da KOK Machinery limitou-se a dizer à AFP que o trabalho foi retomado normalmente. As autoridades locais não quiseram fazer comentários a respeito, confirmando apenas que as atividades estavam regularizadas nas fábricas.

As condições de trabalho dos operários na China e suas remunerações foram objetos de debates nessas últimas semanas após os suicídios de onze trabalhadores nas fábricas da Foxconn, fabricante de componentes tecnológicos para grandes marcas como a Apple, Dell, Sony e Hewlett-Packard.