Rio de Janeiro e São Paulo; A inflação medida pelo Índice Geral de Preços Semanal (IPC-S) teve alta de 0,47% na terceira semana de maio, o menor resultado desde a quarta semana de dezembro do ano passado, quando a variação foi de 0,24%. A taxa ficou 0,17 ponto percentual abaixo da de uma semana antes.
Segundo nota divulgada hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a principal contribuição para o resultado veio do grupo alimentação (de 1,18% para 0,52%), no qual 13 dos 21 itens componentes apresentaram queda nos preços. Os destaques foram hortaliças e legumes (de 0,97% para -2,34%), laticínios (de 3,28% para 2,64%), arroz e feijão (de 8,25% para 6,39%) e carnes bovinas (de 2,71% para 1,99%).
Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, só as hortaliças e legumes colaboram com 0,14 ponto percentual para essa redução inflacionária. Ele observou que as condições climáticas estão mais favoráveis, depois do período chuvoso nas regiões sul e sudeste e seca no Mato Grosso.
Sobre uma eventual ocorrência de geadas vir a provocar novas perdas, o economista afirmou que por enquanto, trabalha com a hipótese de normalidade. ;As instabilidades ficaram para trás;.
Pelo menos até junho não há previsão de frio intenso que possa provocar algum impacto sobre os preços, de acordo com o economista Flávio Godas, da companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Ele informou que tem ocorrido uma tendência de queda de preços desde a segunda quinzena de março. Apenas a batata e a cebola ainda não apresentam uma recuperação plena na oferta, porque são culturas que demandam mais tempo para o ciclo de produção, em torno de 90 a 120 dias, justificou o economista.
Simultaneamente, à melhora na oferta de alguns itens ,bastante prejudicados pelas chuvas, no início do ano, a queda na temperatura reduziu o consumo da maioria das verduras e também de frutas que estão no período de entressafra caso da melancia, abacaxi e maracujá. Godas observa que entre as frutas da época e com preços mais em conta estão a laranja, limão, a tangerina e a manga.
Também caíram os preços nos grupos: transportes (de -0,04% para -0,11%), educação, leitura e recreação (de 0,30% para 0,23%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,79% para 0,74%). Os destaques em cada uma dessas classes de despesa foram: automóvel novo (de 1,66% para 1,35%), show musical (de 2,97% para 0,39%) e medicamentos em geral (de 2,84% para 2,47%), respectivamente.
As maiores altas foram nos grupos habitação (de 0,46% para 0,60%), vestuário (de 0,73% para 0,82%) e despesas diversas (de 0,36% para 0,39%). Os itens que mais contribuíram para o movimento foram: tarifa de eletricidade residencial (de 0,63% para 1,50%), roupas (de 1,13% para 1,23%) e alimento para animais domésticos (de -0,73% para 0,37%).