O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, descarta a possibilidade de declarar a moratória ou de reestruturar a dívida do seu país. ;Não temos necessidade de parar de pagar ou reestruturar`, disse Papandreou ao jornal El País, em reportagem publicada ontem. ;Optamos por não fazê-lo. Optamos por repagar os empréstimos que fizemos;, reforçou o político. Papandreou disse que não acredita que seu governo atingiria um ponto em que não poderia pedir aos gregos que apertassem os cintos ainda mais para convencer os mercados de que as finanças públicas estão sob controle. ;Isso é o que decidimos e essa é a razão pela qual temos esse programa de medidas da União Europeia;, observou.
Governos da União Europeia estão tentando recuperar a confiança dos investidores depois de meses de turbulência que aumentaram o custo de capital para muitos estados membros da Zona do Euro e levaram a um programa de resgate da Grécia de 110 bilhões de euros, além da criação de um programa de emergência de 1 trilhão de euros para evitar o contágio pelo colapso grego. Na visão de Papandreou, os vizinhos demoraram a agir para impedir que a crise se espalhasse para outros dos 16 países que utilizam o euro como moeda. A crise da dívida já provocou volatilidade na moeda europeia e levou a pedidos a países europeus que coordenassem melhor suas políticas econômicas e tivessem maior controle sobre suas finanças públicas.
O governo de coalizão da Grã-Bretanha, por sua vez, vai iniciar hoje o corte de gastos anunciado para reduzir o deficit recorde no orçamento. A aliança entre conservadores e liberais-democratas, formada após a eleição de 6 de maio, também vai anunciar os primeiros projetos de lei nesta semana, incluindo reformas políticas e regras mais rígidas para os bancos. O ministro das Finanças, George Osborne, do Partido Conservador, e o vice David Laws, dos liberais-democratas, divulgarão nesta segunda-feira como os departamentos do governo vão dividir o trabalho de economizar inicialmente 6 bilhões de libras em 2010. A coalizão afirma que reduzir o deficit, atualmente acima de 11% do Produto Interno Bruto (PIB), é a principal prioridade do governo.
Negativa
Já a Espanha não acatará pedidos de sindicatos para rever um plano de austeridade de 15 bilhões de euros, segundo o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero. ;Sei que há protestos daqueles que não concordam com o governo, como os sindicatos, mas não vamos mudar;, afirmou Zapatero a seu Partido Socialista em Elche, no sudeste da Espanha.
Com a volatilidade causada pela crise da dívida grega, Zapatero está sob pressão para realizar cortes no orçamento público ao mesmo tempo em que realiza reformas trabalhistas para evitar que os mercados percam a confiança também na Espanha. ;Ninguém pode duvidar em momento algum que a Espanha é um país forte e uma potência econômica que vai cumprir suas obrigações e pagar suas dívidas;, reforçou durante encontro com 2 mil prefeitos socialistas que enfrentam eleições municipais no ano que vem.