O governo socialista espanhol aprovou na noite desta quinta-feira (20/5), hora local, um decreto-lei com as medidas adicionais de austeridade para economizar 15 bilhões de euros em 2010 e 2011 e reduzir o alto déficit público, que inclui o corte salarial dos funcionários públicos, anunciou a vice-presidente María Teresa Fernández de la Vega.
O plano, que deve ser ratificado pelo Parlamento, inclui a redução do salário dos funcionários em uma média de 5% neste ano e seu congelamento em 2011, além do congelamento das pensões e aposentadorias em 2011 e a supressão do chamado "cheque bebê", de 2.500 euros por cada nascimento, entre outras iniciativas.
A Espanha registrou no ano passado um déficit público de 11,2% do PIB, após três anos seguidos de superávit crescente antes da crise econômica mundial, e comprometeu-se a colocá-lo abaixo dos 3%, limite fixado pela Eurozona em 2013.
As medidas tomadas nesta quinta-feira somam-se ao plano de economia de 50 bilhões de euros em três anos anunciado pelo governo socialista em janeiro, mas os temores nos mercados de que ele não fosse suficiente para sair da crise, além da pressão da União Europeia (UE), levaram Madri a adotar medidas para este mesmo ano e para o próximo.
Os funcionários, que se manifestaram nesta quinta-feira em várias cidades da Espanha, convocaram uma greve para o dia 8 de junho.