A Confederação Nacional do Comércio (CNC) constatou que 58,7% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida, com leve aumento em relação aos 58% verificados em abril. Em compensação, o percentual de famílias sem condições de quitar suas dívidas caiu de 9%, no mês passado, para 8,5%.
Os números da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela CNC com 17.800 consumidores de todas as capitais do país, foram divulgados hoje (19) pelo economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas. Segundo ele, a queda do nível de pessimismo quanto à possibilidade de honrar os compromissos ;se deve ao aumento do acesso ao crédito e aos bons números do mercado de trabalho;.
Ele adiantou que a perspectiva positiva de acesso ao crédito deve se manter nos próximos meses, mas ressaltou que o cenário para 2011 não é tão promissor para a atividade econômica quanto agora: ;No ano que vem deve haver desaceleração do crescimento do crédito, pois a política monetária está sendo apertada [com reajustes da taxa Selic]. A perspectiva é de que a dosagem do aumento dos juros seja menor, porém por mais tempo;.
Carlos Thadeu acrescentou que a CNC também fez pesquisa, neste mês, sobre intenção de consumo familiar e constatou que a perspectiva de compras aumentou 2% na comparação com a pesquisa do mês passado. A maior procura, de 2,4% segundo ele, é de bens duráveis -- eletrodomésticos, principalmente ;, cujas vendas caíram em março e abril com o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
De acordo com o economista da CNC, o fator mais determinante para o aumento do consumo e o otimismo quanto à redução da inadimplência é o cenário positivo para o mercado de trabalho e renda, o que, por si só, permite melhores expectativas para o equilíbrio do orçamento doméstico.