A decisão do governo de cortar mais R$ 10 bilhões no gasto dos ministérios foi tomada depois de observação sistemática da economia desde o início do ano, disse nesta quarta-feira (19/5) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, nesses cinco meses, a equipe econômica ;acumulou a ideia; de que neste momento seria bom atuar de forma contracionista.
Ele reiterou que os cortes por ministérios ainda estão sendo estudados e o decreto com o contingenciamento só deve ser divulgado no próximo dia 30. Segundo Augustin, amanhã será enviada ao Congresso Nacional a avaliação bimestral da situação fiscal do governo.
O corte de R$ 10 bilhões no Orçamento foi anunciado na semana passado pelos ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão Paulo Bernardo, e da Fazenda, Guido Mantega, como forma de manter sustentável o crescimento da economia, sem pressionar a inflação, e com novas altas de juros pelo Banco Central para segurar os índices.
A medida eleva para R$ 31,8 bilhões os valores contingenciados este ano pelo governo, já que em março foram bloqueados foram R$ 21,8 bilhões.
Essas medidas deverão ser sentidas no próximo mês nos gastos dos ministérios. Estão garantidos os investimentos e os programas sociais, ou seja, não serão afetados os principais projetos do governo.
O governo avalia que o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano foi grande, em consequência de ainda estarem em vigor os incentivos ao consumo, como a isenção ou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedidos ao setor automotivo e aos eletrodomésticos da linha branca.
Agora, a percepção é que o segundo trimestre não será parecido e tão aquecido. Para o primeiro trimestre, a estimativa de crescimento está entre 2% e 2,5%, mas nos 12 meses fechados em março (resultado anualizado) se situa entre 8% e 10%.