Jornal Correio Braziliense

Economia

Wall Street fecha em baixa, com dúvidas sobre futuro europeu

A Bolsa de Nova York fechou em baixa nesta sexta-feira (14/5), novamente afetada pela preocupação diante das dificuldades orçamentárias da zona do euro. O Dow Jones perdeu 1,51% e o Nasdaq, 1,98%.

Segundo dados definitivos de fechamento, o Dow Jones Industrial Average perdeu 162,79 pontos, para 10.620,16 pontos, e o Nasdaq, composto principalmente por empresas do setor de tecnologia, baixou 47,51 pontos, para 2.346,85 pontos.

O índice ampliado Standard & Poor;s 500 caiu por sua vez 1,88% (21,76 pontos), para 1.135,68 pontos.

"O aumento dos temores sobre a crise da dívida na zona do euro, suas consequências sobre o futuro da região e a recuperação econômica mundial continuam pesando na confiança do mercado", afirmaram analistas da Charles Schwab.

"Há um nervosismo extremo", observou Anthony Conroy, corretor da BNY ConvergEx Group. "O mercado inquieta-se com a Europa. Se há uma desaceleração econômica lá, isso afetará os Estados Unidos."

O alívio constatado no início da semana diante da aprovação do plano de 750 bilhões de euros por parte de União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países europeus a pagar sua dívida pública esvaiu-se quase por completo.

Como consequência, o euro caiu a seu nível mais baixo desde outubro de 2008, para 1,2359 dólar.

"A tentativa de estabilizar o euro teve um efeito muito de curto prazo", comentou Frederic Dickson, da DA Davidson. As dúvidas do mercado "concentram-se sobre o impacto que esse plano de 1 trilhão de dólares, se este for colocado em prática, terá sobre o crescimento na Europa, e mais amplamente sobre outras economias, como a chinesa, uma importante exportadora para a zona do euro".

A impressão de que há uma desordem na Europa foi reforçada pelas reportagens do jornal El País, segundo as quais o presidente francês, Nicolás Sarkozy, ameaçou tirar a França da zona do euro para forçar a chanceler alemã, Angela Merkel, a aceitar o plano de resgate da Grécia. Madri, Paris e Berlim negaram essa informação.

Focados na situação da Europa, os investidores ignoraram dois indicadores que superaram as previsões nos Estados Unidos: as vendas no varejo, que tiveram alta de 0,4% em abril, e a produção industrial, que atingiu seu nível mais alto desde dezembro de 2008.

Por outro lado, o índice de confiança dos consumidores americanos aumentou para 73,5 pontos, índice levemente menor que o esperado pelos economistas.

O mercado obrigatório, refúgio do investidor inquieto, subiu. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caiu para 3,442% contra 3,564% na noite de quinta-feira, e os títulos de 30 anos para 4,316% contra 4,461%. O rendimento das obrigações evolui no sentido oposto a seus preços.