Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo cai a US$ 71, afetado pela alta da moeda americana

Os preços do petróleo caíram a seus níveis mais baixos em três meses nesta sexta-feira (14/5), perdendo 3,75%, em um mercado afetado por temores sobre as economias da zona do euro, pelo fortalecimento do dólar e pelas abundantes reservas americanas.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em junho fechou em 71,61 dólares, uma queda de 2,79 dólares em relação à quinta-feira, depois de cair durante a sessão para 70,83 dólares, seu nível mais baixo desde o início de fevereiro.

No InterContinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento caiu 2,93 dólares, para 77,18 dólares.

"Tudo está se reacomodando com base no que aconteceu na Grécia", explicou Phil Flynn, da PFG Best Research.

O plano colossal de emergência aprovado pela União Europeia no domingo à noite "mudou a percepção que se tinha do euro como moeda", completou o analista.

"Uma das razões pelas quais (a divisa) estava tão forte em relação ao dólar é que o governo americano tinha optado por um plano de resgate. Não se previa que a União Europeia fizesse isso", completou.

A contínua queda da moeda única europeia, que atingiu nesta sexta-feira seu piso desde outubro de 2008 (1,2359 dólares) antes de se recuperar parcialmente, pesava em grande medida sobre os mercados de matérias-primas como petróleo, mas também no de cobre.

O mercado teme também pela demanda de petróleo depois da multiplicação das medidas de austeridade na Europa, destinadas a melhorar a situação orçamentária.

Os preços tiveram uma semana difícil, perdendo mais de 5 dólares em quatro sessões, depois de começar a semana em alta, impulsionados pela aprovação do superpacote de emergência. Os preços atuais estão longe dos níveis alcançados no início de abril, quando o barril de WTI subiu a 87 dólares.

O petróleo texano era também "particularmente pressionado pelo excesso de reservas no principal terminal petrolífero dos Estados Unidos", lembrou Jason Schenker, da Prestige Economics.