Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas europeias despencam e euro cai abaixo do US$ 1,24

O euro caiu nesta sexta-feira (13/5) a seu nível mais baixo desde o fim de outubro de 2008 e as bolsas europeias tiveram fortes quedas, como Madri (-6,64%), liderando as perdas, em meio a crescentes dúvidas sobre a saúde econômica e fiscal da zona do euro.

Depois de subir até 1,30 dólar na segunda-feira depois do anúncio do superpacote da União Europeia (UE) de 750 bilhões de euros para os países frágeis da zona do euro, a moeda única caía abaixo de seu piso de 1,24 dólar.

O euro estava cotado a 1,2359 dólar às 15h30 GMT (12h30 de Brasília), contra 1,2533 dólar na quinta-feira às 21h GMT (18h de Brasília), atingindo assim seu nível mais baixo desde o final de outubro de 2008.

Sinal das crescentes preocupações com a solidez da zona do euro, o ouro alcançou um novo recorde histórico no London Bullion Market, a 1.249,40 dólares a onça.

O temor dos investidores por conta dos déficits públicos de Grécia, Portugal e Espanha fez estragos nas bolsas europeias.

Paris caiu 4,59%, Londres, 3,14%, e Frankfurt, 3,12%, enquanto Milão baixava 5,26%. A bolsa de Lisboa caiu 4,27% e a de Atenas, 3,41%.

A queda mais forte, no entanto, foi registrada pelo Ibex-35 de Madri, que perdeu 662,8 pontos (-6,64%) até ficar nos 9.314,7 pontos.

"As preocupações ganham terreno", explicou Hideaki Inoue, corretor do Mitsubishi UFJ Trust and Banking Corp., com sede em Tóquio.

"A retomada do euro (depois do anúncio do plano) foi desinflada e alguns temem que tudo isso desemboque em uma crise de crédito que afete todo o sistema financeiro", completou.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 1,49%.

"Os investidores precisam de mais provas que os convençam da vontade dos governos de reduzir seus déficits", disseram, por sua vez, os analistas do banco francês BNP Paribas, que não esperavam queda semelhante.

Na quinta-feira, Portugal prometeu aplicar severas medidas de austeridade fiscal para acelerar o saneamento de suas contas públicas. Um dia antes, a Espanha tinha feito o mesmo.

Principais vítimas da preocupação dos mercados, as ações dos bancos foram as mais afetadas.

Em Londres, o Barclays perdeu 6,11% e o Lloyds, 4,74%. Em Madri, o Santander perdeu 8,98% e o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), 7,58%.

Em Paris, as ações do Société Générale (-8,63%), AXA (-7,55%) e BNP Paribas (-7,41%) lideraram as perdas.

No mercado de títulos públicos, as taxas da dívida grega de 10 anos subiam para 8,012%, contra 7,301% na quinta-feira à noite.

Os rendimentos dos papéis espanhóis e portugueses subiram 3,950% e 4,561%, respectivamente.