Os donos das maiores fortunas da América Latina, liderados pelo mexicano Carlos Slim - o homem mais rico do planeta -, analisavam nesta quinta-feira (13/50, na Cidade do México, uma estratégia para ajudar a reduzir a pobreza regional e a perda de empregos.
A reunião "Empresários da América, VIII Encontro de Pais e Filhos", congrega os líderes das famílias mais ricas da região e seus descendentes, em uma tradição inaugurada em 2003, quando assumiram o desafio de ajudar os governos a reduzir a pobreza na América Latina.
No momento, a maior preocupação para os empresários é a queda dos postos de trabalho na região, onde segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o número de desempregados em 2009 atingiu o recorde de 18 milhões.
"A redução do emprego é uma preocupação, pois contrasta com o esforço para reduzir a pobreza e afeta o consumo, ameaçando o potencial do mercado" na América Latina, disse à AFP um dos responsáveis pelo evento.
A reunião foi aberta pelo presidente mexicano, Felipe Calderón, que advertiu para a existência de "tentações autoritárias" no continente, com grupos que pressionam pela volta das economias fechadas.
O presidente mexicano assinalou que boa parte da região conseguiu atacar a pobreza ao optar "pelo futuro, pela democracia, pela economia livre", mas afirmou que outras nações têm "economias e sociedades que, definitivamente, tomaram a direção contrária".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-chefe de governo espanhol Felipe González participam do encontro, que prosseguirá nesta sexta-feira.
FHC insistiu na necessidade de se investir fortemente no desenvolvimento de grandes projetos de infraestrutura na América Latina, uma fórmula que gera empregos e melhora a competitividade dos países da região.
Segundo a OIT, os efeitos da crise econômica mundial levaram 2,2 milhões de pessoas ao desemprego em 2009 na América Latina e no Caribe, onde as taxas de desemprego subiram a 7,5% e a 8,4%.
Com isto, foi rompido o ciclo positivo de cinco anos que havia permitido reduzir o desemprego de 11,4%, em 2002, para 7,5%, em 2008.
Calderón estimou que comparada a outras crises, o abalo recente foi bem mais moderado.
"Em 1995, durante a ;crise Tequila;, o México perdeu um de cada 10 empregos formais. Em 2009, apesar da crise global, perdemos dois a cada 100 empregos", lembrou.