Jornal Correio Braziliense

Economia

Parlasul quer normatizar produção agropecuária orgânica no Mercosul

A representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) quer a adoção de um código de normas para a produção agropecuária orgânica no Mercosul, o bloco formado pelo Brasil, pela Argentina, pelo Uruguai e Paraguai.

A proposta foi apresentada pelo presidente da representação, o deputado José Paulo Tóffano (PV-SP), e aprovada pela Comissão de Infraestrutura, Transporte, Recursos Enérgicos, Agricultura, Pecuária e Pesca da entidade.

A produção e o consumo de alimentos orgânicos vêm crescendo e formando um mercado que se amplia entre 20% a 25% ao ano. O Japão e os países da União Europeia são os maiores compradores de produtos orgânicos do mundo. Esse tipo de alimento é considerado mais saudável porque nenhum tipo de agrotóxico é utilizado em sua produção.

A proposta do deputado José Paulo Tóffano de normatizar a produção agropecuária orgânica no Mercosul se baseia não apenas na sua crescente ampliação nos quatro países do bloco mas também no valor agregado que uma certificação confiável pode conferir aos variados produtos orgânicos, facilitando sua expansão no mercado externo.

Outro detalhe importante é que a produção de alimentos orgânicos é adequada ao modelo da agricultura familiar e, além disso, colabora significativamente para a preservação do meio ambiente.
A proposta de Tóffano está em fase de análise para a produção de um relatório final. Em seguida, o documento será levado ao plenário do Parlasul. Caso seja integralmente aprovado, um dos primeiros passos para o início da certificação de produtos orgânicos será a criação de um código de normas específicas para o Mercosul e de um selo que garanta a origem e a qualidade dos alimentos.

O Parlamento do Mercosul foi criado em dezembro de 2006 como um espaço político para representar os interesses dos cidadãos dos quatro países que integram o bloco sul-americano, refletindo sua diversidade regional. Senadores e deputados de todos os partidos brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios têm assento no Parlasul, independentemente de suas ideologias.

A exemplo do próprio Mercosul, a presidência do Parlamento é pro tempore, ou seja, é ocupada alternadamente por deputado ou senador de um dos quatro países do bloco. Atualmente, o deputado uruguaio Roberto Conde preside a entidade. A sede do Parlasul fica em Montevidéu.