Jornal Correio Braziliense

Economia

O agravamento da crise na Europa pode influenciar em desições sobre a Selic

O eventual agravamento da crise fiscal em países europeus é parte importante do contexto das decisões futuras sobre a taxa básica de juros, a Selic, segundo informou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada hoje (6).

O Copom também decidiu avaliar os efeitos dos estímulos fiscais e creditícios adotados durante a crise financeira internacional e da ;reversão de parcela substancial; dessas iniciativas, a partir do final do ano passado.

O documento revela que ;decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vista a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas;. A meta de inflação para este e o próximo ano é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na última reunião do Copom, nos dias 27 e 28 de abril, o colegiado decidiu elevar a Selic de 8,75% ao ano para 9,50% ao ano. A medida, considerada ;incisiva; pelo próprio comitê, teve o objetivo de conter a trajetória de alta da inflação.

O Copom justifica que a experiência internacional e brasileira indica que taxas de inflação elevadas ;levam ao aumento dos prêmios de risco, tanto para o financiamento privado quanto para o público; e ao ;encurtamento dos horizontes de planejamento, tanto das famílias quanto das empresas;.

Consequentemente, diz a ata, ;taxas de inflação elevadas reduzem os investimentos e o potencial de crescimento da economia, além de terem efeitos regressivos sobre a distribuição de renda;.

;Assim sendo, a estratégia adotada pelo Copom visa assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas neste e nos próximos anos, o que exige que eventuais desvios em relação à trajetória de metas sejam prontamente corrigidos;.