Jornal Correio Braziliense

Economia

Dados preliminares do BC indicam taxas de juros mais altas em abril

As taxas de juros, depois de apresentarem redução em março, estão em alta neste mês, segundo dados preliminares divulgados hoje (29) pelo Banco Central (BC).

Até o dia 15 deste mês, a taxa geral subiu 0,8 ponto percentual em relação a março e ficou em 35% ao ano. Para as pessoas físicas, a alta foi de 1,2 ponto percentual, o que elevou a taxa para 42,2% ao ano. No caso das empresas, o aumento foi de 0,4 ponto percentual e a taxa foi para 26,7% ao ano.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o aumento dos juros cobrados nos empréstimos nesse período já refletia a expectativa das instituições financeiras de elevação da taxa Selic neste mês.

Com isso, o custo de captação de recursos pelos bancos aumenta. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC confirmou a expectativa do mercado financeiro de elevação da Selic. A taxa básica passou de 8,75% ao ano para 9,50% ao ano.

Lopes também afirmou que outros fatores que influenciam a alta dos juros neste mês são a maior procura por crédito pessoal e, no caso das empresas, por empréstimos com taxas mais altas, como desconto de duplicatas e capital de giro. ;São modalidades que refletem uma economia mais aquecida;, disse.

Mas Lopes argumentou, entretanto, que é preciso esperar o fechamento do mês, pois ;movimentos parciais se revertem, às vezes;.

O spread, diferença entre taxa de captação e a cobrada do cliente final, subiu 0,6 ponto percentual em relação a março para 24,6 pontos percentuais em abril, até o dia 15. Para as pessoas físicas, a alta foi de 1 ponto percentual para 30,8 pontos percentuais e para as empresas o crescimento foi de 0,2 ponto percentual para 17,3 pontos percentuais.

O volume de crédito, em abril até o dia 15, cresceu 1,5%. Para as pessoas físicas, a expansão foi de 3,1% e para as empresas, de 0,2%. Em março, o estoque das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,452 trilhão, com elevação de 1,1%, em relação a fevereiro.