Jornal Correio Braziliense

Economia

Standard and Poor's rebaixa notas de Grécia e Portugal

A agência de classificação de risco Standard and Poor;s rebaixou a nota da dívida soberana grega de longo prazo, de BBB para BB , relegando os papéis do país à categoria de investimento especulativo, segundo um comunicado publicado nesta terça-feira.

A nota da dívida de curto prazo foi rebaixada de B para A-2, completou o texto.

A degradação da classificação significa que alguns investidores não poderão comprar dívida grega, o que poderá dificultar também o acesso do país aos recursos dos Banco Central Europeu (BCE).

A decisão leva em conta os "desafios político, econômico e orçamentário que devem ser enfrentados pelo governo grego" para reduzir sua dívida de forma duradoura, informa a nota.

Em 2009, o déficit fiscal grego chegava a 13,6% do PIB, e a dívida pública era de 115,1% do PIB.

Apesar de ter pedido na última sexta-feira (23/4) a ativação do mecanismo de ajuda da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Grécia não conseguiu tranquilizar os mercados, que temem que Atenas seja incapaz de pagar sua dívida ou se veja obrigada a reestruturá-la.

A agência também baixou em dois níveis a nota da dívida soberana de longo prazo de Portugal, de A para A-, advertindo que o país terá dificuldades para fazer frente a seu elevado endividamento.

A nota da dívida de curto prazo também foi reduzida de A-1 para A-2, completa o comunicado.

A degradação da classificação reflete os temores sobre a situação fiscal do país, e segundo as previsões da agência, "o governo português deverá lutar para estabilizar seu nível de elevado endividamento até 2013".

"As finanças públicas portuguesas continuam sendo estruturalmente frágeis, apesar das importantes reformas estruturais do setor público nos últimos anos", afirmou a agência em seu comunicado.

Depois da Grécia, que pediu ajuda financeira à UE e ao FMI, Portugal é considerado a próxima fragilidade da zona do euro, por conta de seu endividamento elevado.

Em 2009, o déficit público português era de 9,4% do PIB, e a dívida era de 76,8%.