A cesta de produtos básicos de materiais elétricos subiu 2,43% na região metropolitana do Rio de Janeiro no primeiro trimestre do ano, em comparação ao último trimestre de 2009. Em março, a cesta também teve alta. Os produtos ficaram 1,19% mais caros do que em fevereiro. É o que revela pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico, Eletrônicos e Eletrodomésticos do Município do Rio de Janeiro (Simerj) e a Federação de Comércio do Estado do Rio (Fecomércio-RJ).
Tomadas e lâmpadas incandescentes foram os principais responsáveis pela alta no período. O presidente do Simerj, Antonio Florêncio de Queiroz Júnior, não acredita, entretanto, que a elevação da cesta de materiais elétricos poderá ter algum efeito sobre a inflação. "Eu acho que não, porque o produto tem um peso relativo. Não é o mesmo peso de material de construção", disse.
Florêncio explicou que o aumento dos dois produtos é pontual. No caso das tomadas, ele disse que os preços reajustados resultam do novo padrão imposto para o produto pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em vigor desde janeiro. "Houve uma mudança total nos estoques e linhas de produção e os preços novos impactaram o índice".
Em relação às lâmpadas incandescentes, o aumento decorre, na verdade, de um processo de mudança tecnológica, segundo o presidente do Simerj. A entidade constatou que a lâmpada incandescente vem perdendo força no mercado, apresentando queda de produção. "E quanto menos se produz, mais caro ela vem se tornando no mercado. E o que acontece é uma substituição gradativa pela lâmpada fluorescente compacta".
Em função do incentivo dado pelo governo à construção de casas populares, Antonio Florêncio acredita que o setor de materiais elétricos deverá permanecer aquecido no momento. Apesar disso, ele confirmou que a tendência é de os preços se estabilizarem no médio e longo prazos.
A troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes representa um benefício não só para o meio ambiente mas, também, para o bolso do consumidor brasileiro, já que o consumo de energia das lâmpadas fluorescentes é quatro vezes menor e elas duram oito vezes mais que as lâmpadas incandescentes, o que compensa, em grande parte, o preço mais elevado. Além disso, está havendo uma grande preocupação no sentido de que seja utilizada a menor quantidade de mercúrio na sua produção. Do mesmo modo, sua descontaminação segue orientação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Comparativamente, o consumidor teria que comprar muitas lâmpadas incandescentes para atingir o tempo de vida útil de uma fluorescente compacta. "Você gastaria muito mais porque uma fluorescente compacta dura de 6 mil a 8 mil horas e uma incandescente dura, em média, mil horas. Como o preço hoje está em torno de 2,5 a três vezes o da lâmpada incandescente, já vale muito mais a pena ter uma fluorescente em casa pela economia de energia, embora, no primeiro momento, o desembolso seja maior", avaliou Florêncio.